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Política

“Maior honra da minha vida” foi ser presidente do parlamento

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 26-11-2021

Ferro Rodrigues afirmou hoje que a “maior honra” da sua vida foi ter “servido como presidente da Assembleia da República”, assegurando que “um político nunca abandona, em definitivo, a política”.

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Na semana passada, Ferro Rodrigues comunicou aos líderes das diferentes bancadas parlamentares que não se recandidatará nas listas de deputados do PS nas próximas eleições legislativas.

Hoje, assumindo que esta é a última sessão plenária da Assembleia da República da XIV Legislatura e a última a que preside – ressalvando que ainda existirão reuniões da Comissão Permanente, depois da dissolução do parlamento que deverá acontecer no início de dezembro –, Ferro Rodrigues dirigiu algumas palavras aos deputados, no final da sessão.

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“Palavras que são de despedida, da minha despedida das atividades parlamentares, em funcionamento pleno da Assembleia da República, ao fim de quase quatro décadas, depois de aqui ter entrado em 1986, e aqui ter exercido as mais diversas funções – como deputado, líder parlamentar, vice-presidente e aquela que foi, e ainda é, a maior honra da minha vida: ter servido como presidente da Assembleia da República, ter servido como presidente de todas e de todos os deputados”, salientou.

Em primeiro lugar, Ferro destacou as “circunstâncias particulares” que levaram à sua primeira eleição outubro de 2015 – em que o PS, ficando em segundo lugar nas eleições, conseguiu formar Governo – e o reforço da sua votação em 2019.

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“Depois, pelo facto de ter sido presidente num tempo excecional, em que a democracia e as suas instituições estiveram muitas vezes sob ataque – como há muito se não verificava –, das mais diversas frentes, contra as deputadas e os deputados, procurando condicionar a sua ação e o seu mandato, que é, nunca esqueçamos, o resultado da decisão livre dos nossos cidadãos, expressa pelo voto”, frisou.

Ferro Rodrigues realçou ainda a “inesperada crise pandémica” que alterou o funcionamento da Assembleia da República, “órgão de soberania que foi chamado a autorizar o primeiro estado de emergência da democracia”.

“Mesmo em pandemia, a democracia não foi suspensa, e a sua casa, a Assembleia da República, nunca fechou as suas portas, dizendo presente e vendo reforçado o papel insubstituível que desde há muito assume no sistema político democrático”, salientou.

Ferro considerou que foi também possível, nos últimos seis anos, valorizar a instituição parlamentar, lembrando que “não basta ao parlamento aprovar leis ou ser, de tempos a tempos, palco de importantes debates políticos”.

“É necessário que o parlamento saiba prestar informação sobre a sua atividade e a dos seus titulares, assim completando o círculo da representação”, defendeu.

No final da sua intervenção, recordou que, em 2015, na sua primeira eleição, citou Fernando Pessoa e o seu Livro do Desassossego: “Vivemos todos, neste mundo, a bordo de um navio saído de um porto que desconhecemos para um porto que ignoramos; devemos ter uns para os outros, uma amabilidade de viagem”.

“Chegando ao fim dois anos antes do que supunha – do que todos supúnhamos –, esta foi uma longa viagem, com muitas alegrias, não isenta de episódios menos felizes, tristes mesmo”, afirmou, destacando a morte de “grandes amigos e estadistas”.

Apesar de “algumas tormentas” nesta viagem, o presidente do parlamento assegurou que a política continuará a fazer parte da sua vida.

“Porque realmente um político nunca abandona, em definitivo, a política. E eu, tal como até aqui, continuarei a estar na primeira linha da defesa da Democracia e da Liberdade”, assegurou.

Dizendo não ter “lições para dar” a ninguém, Ferro Rodrigues despediu-se agradecendo a todos os deputados “dos mais diversos quadrantes políticos” pelo contributo para o debate democrático.

“Com um parlamento forte, respeitado, haverá melhores condições para ajudar Portugal – e o mesmo é dizer as portuguesas e os portugueses que aqui são representados –, a enfrentar e a superar os muitos e cada vez mais exigentes desafios com que, como nação e como povo, nos deparamos. A todas e a todos, sem exceção, o meu muito obrigado”, disse.

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