Uma mulher, de 51 anos, vive com medo dentro da própria casa, em Santa Maria da Feira. A filha, de 28 anos, sofre de problemas mentais graves e tem um histórico de comportamentos violentos. Apesar das queixas apresentadas às autoridades, continua a viver com a mãe — que teme ser a próxima vítima.
“Com o tempo aprendi que não há comprimido para a maldade”, desabafa Arminda, em entrevista ao Correio da Manhã. Espancada mais do que uma vez e ameaçada diariamente, diz que já não consegue dormir em segurança. “Há anos que durmo num sofá do meu quarto, para poder fugir rapidamente. Tenho medo que ela me ataque de noite.”
A história desta família arrasta-se há mais de duas décadas. Arminda recorda episódios violentos desde a infância da filha, diagnosticada aos 20 anos com transtorno de personalidade disfuncional, apresentando traços de psicopatia. “Ela é maquiavélica. Precisa de ajuda médica urgente, não de castigo”, afirma.
PUBLICIDADE
Atualmente, Cristiana passa grande parte do tempo fechada em casa, dominada por compulsões — café, cigarros e comida — num ciclo de descontrolo e isolamento. A mãe teme que a falta de acompanhamento agrave o perigo: “Ela é perigosa e tem pouca capacidade de aceitar a rejeição. Quando ouve um ‘não’, pode tornar-se violenta.”
A mãe espera uma resposta urgente das autoridades e dos serviços de saúde mental, enquanto apela a que outros pais em situações semelhantes não sejam esquecidos. “Preciso que nos ouçam. Que não nos deixem ser as próximas vítimas.”
PUBLICIDADE