Portugal

Mãe de Claudisabel desolada: “Morri com ela naquela estrada”. Guarda prisional envolvido diz que “não deseja isto a ninguém”

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 1 ano atrás em 11-05-2023

O condutor envolvido no acidente que tirou a vida a Claudisabel é guarda prisional. O silêncio do homem deixa a mãe da cantora ainda mais destroçada.

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Em entrevista ao Correio da Manhã, Raquel fala da sua dor e como tem vivido os últimos tempos. “Arrasta-se por Loulé […]  no café quando lhe falam da filha chora. Com os poucos amigos está sempre a lembrar Claudisabel e a voz torna-se sumida quando o nome da cantora é recordado. Raquel está numa depressão profunda, sem ajuda e sem apoios. Não tem respostas e nada sabe sobre o processo-crime em que se vai apreciar a culpa da morte da filha.”

O silêncio do condutor do carro é ensurdecedor. Segundo o jornal, a mãe afirma que não será capaz de o perdoar. O guarda prisional nunca lhe disse nada durante meses. “Não assumiu a responsabilidade pelo excesso de álcool e a velocidade exagerada que o levaram a abalroar o carro onde seguia” Claudisabel, lê-se na notícia.

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“Cometi um erro, tive um azar na vida e não desejo isto a ninguém”, desabafa, garantindo ao jornal que é “boa pessoa”.

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Para a progenitora, a vida parou quando a filha morreu, na zona de Grândola, na A2. “Morri com ela naquela estrada”, garante, de olhos cansados e voz sempre sumida. “Perdi o meu mundo, o meu chão. Tudo deixou de fazer sentido”, conta ao CM.

Sobre o acidente, garante que a filha nunca parou o carro e não vinha a velocidade reduzida. “Dizem que ela se sentiu mal, mas é mentira. Eu vim a falar com ela durante 45 minutos, desde o Montijo, e ela nunca me disse que não estava bem”, recorda o momento onde relembra “um violento estrondo”. “De repente, há um barulho e o telefone fica em silêncio. Liguei dezenas de vezes, mas percebi imediatamente que algo tinha acontecido. A minha filha nunca mais atendeu, pode ter morrido naquele momento”, lembra.

A revolta também envolve a Justiça. Quatro meses passaram e não lhe devolveram o telefone da filha. “E se o aparelho avariar por estar tanto tempo desligado? Tenho lá várias memórias, imagens da minha filha que me pertencem. Ninguém me dá respostas e é uma angustia muito grande”, assegura Raquel, que diz também não ter ainda recuperado os pertences da filha que estavam no carro. “Foi tudo para o parque da GNR e ninguém me diz nada. É como se eu não existisse”, lamenta.

O olhar e as expressões faciais podem indiciar o arrependimento. O guarda prisional assume que conduzia alcoolizado quando embateu contra o carro de Claudisabel, mas garante desconhecer qual a taxa que lhe foi detetada. “Eu estou a tentar sobreviver”. Confidencia que durante quatro meses não falou com a família da cantora, mas garante pensar nela a todo o momento. “Você acha que eu não penso na mãe daquela rapariga? Na dor do pai? Nas pessoas daquela cidade?”, questiona. O homem garante que quis ir ao funeral, mas que foi aconselhado pela advogada a não o fazer. “Neste momento, um contacto com a família pode ser visto como pressão”, diz. O guarda partiu um braço na colisão, mas desde o acidente que é acompanhado e medicado por um psiquiatra. “Por ser guarda as pessoas vão-me crucificar mais. Mas se o tribunal me quiser prender só tenho de acatar a decisão com humildade.”

 

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