Coimbra
Madalena Iglésias homenageada sábado no Casino Figueira
A cantora Madalena Iglésias, distinguida o ano passado com um Prémio Pró-Autor da Sociedade Portuguesa de Autores, é homenageado no sábado no Casino da Figueira.
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“Madalena Iglésias foi das mais fulgurantes cantoras portuguesas e uma figura assídua no Casino como artista, onde foi sempre muito aplaudida e muito desejada, chegou a altura de a distinguirmos, reconhecendo um carreia ímpar na música portuguesa que ultrapassou fronteiras”, disse à Lusa fonte do casino.
O espetáculo conta com a participação, entre outros, de António Calvário, com quem Madalena Iglésias partilhou palcos, gravou duetos e se estreou no cinema, em 1964, em “Uma hora de Amor”, de Henrique Campos. Os dois foram o par romântico de “Sarilho de fraldas”, (1966), de Constantino Esteves.
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Madalena voltou a ser dirigida por Henrique de Campos, em 1964, no filme “Canção da Saudade”, cujo elenco inclui, entre outros, Victor Gomes, Florbela Queirós, Américo Coimbra e Alberto Ghira.
Ao palco do casino figueirense sobem também no sábado à noite Lenita Gentil, Gonçalo Salgueiro e Maria Amélia Canossa, todos acompanhados pela Orquestra Santos Rosa, sob a direção do maestro Pedro Santos Rosa.
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O casino em nota enviada à Lusa define o espetáculo que será apresentado por Maria João Gama e Fernando Correia como um “tributo de gratidão”.
Madalena Iglésias, de 74 anos, iniciou carreira no Centro de Preparação de Artistas, na ex-Emissora Nacional, e em 1965 venceu o Festival RTP da Canção com o tema “Ele e Ela”, de Marco Canelhas.
Na altura, a artista já se tinha apresentado em 1959 na televisão espanhola e em 1960 foi eleita por votação popular, através de subscritos, Rainha da Rádio e da Televisão.
Em 1962 representou Portugal no Festival de Benidorm, que lhe abriu definitivamente as portas do mercado internacional. Realizou digressões por Espanha e pela América do Sul, gravou para a discográfica Belter e concorreu a diferentes festivais internacionais, como o Palma de Maiorca e o de Aranda del Duero, que venceu em 1964.
Em 2008, em declarações à Lusa, a propósito da publicação da sua fotobiografia, de autoria de Maria de Lourdes de Carvalho, a intérprete afirmou que sempre se sentiu perseguida pelo complexo da beleza, apesar de reconhecer que “estava à frente” do seu tempo.
“O ‘muito bonita’ perseguiu-me toda a vida, criou-me o complexo de que fosse só isso. E, como tal, trabalhei que nem um animal, tentei superar-me, estudei, aprendi idiomas, fiz exames no Conservatório, para melhorar o meu trabalho e a mim própria como pessoa”, evocou a cançonetista.
“Tinha o complexo da beleza e quis demonstrar que não era só pela beleza que tinha uma carreira internacional extraordinária, que passou ao lado dos portugueses”. Em Atenas, por exemplo, ganhou a medalha de prata das Olimpíadas da Canção.
Além de “Ele e Ela”, do repertório da cantora fazem parte, entre outras, as canções “Silêncio Entre Nós”, “Poema de Nós Dois”, “Canção para um poeta”, “Canção Que Alguém Me Cantou”, “É Você, “Oração Na Neve” e “De Longe, Longe, Longe…”, “Canção de Aveiro”, “Cuando Sali de Cuba”, “Ven esta noche”, “La frontera” e “La más bella del baile”.
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