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Luis Montengro não tenciona protagonizar nenhuma candidatura ao PSD  

Notícias de Coimbra | 2 anos atrás em 03-10-2021

O social-democrata Luís Montenegro afasta uma nova candidatura à liderança do PSD e considera que só se justifica Rui Rio recandidatar-se se sentir que pode recuperar eleitoralmente para vencer as legislativas, recusando “embandeirar em arco” as autárquicas.

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Em entrevista à TSF e Jornal de Notícias, o antigo líder parlamentar do PSD – e que na última disputa interna do partido obrigou Rui Rio a uma inédita segunda volta no PSD – deixou claro não estar nos seus planos “assumir uma recandidatura a presidente do PSD nesta altura”.

“Não tenciono protagonizar nenhuma candidatura por várias razões. As principais são que eu tinha um projeto de afirmação política do PSD a quatro anos, quando me apresentei a votos há dois anos, e creio que não tendo acontecido nessa altura, não é que não pudesse acontecer agora outra vez, mas envolvi-me em projetos de natureza profissional, pessoal, familiar que não queria deixar a meio nesta altura”, explica.

Afirmando “categoricamente” não ter nada “combinado com ninguém” sobre estas eleições internas do PSD, Luís Montenegro considera “relativamente natural que haja pelo menos duas candidaturas”.

“Não é obrigatório que seja assim, o dr. Rui Rio não está obrigado a candidatar-se. Ele candidatar-se-á se sentir que terá ainda espaço de recuperação eleitoral para poder vencer as eleições legislativas. Só isso é que justifica a sua recandidatura”, defende, não estranhando “que aparecesse pelo menos mais uma ou até mais alternativas ao atual presidente”.

O social-democrata é perentório nos avisos à navegação: “alto lá PSD, não é tempo de embandeirar em arco, não é tempo de estar embriagado nos resultados eleitorais [autárquicos] a pensar que o trabalho está feito. Não está”.

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“O dr. Rui Rio fez um bom trabalho no que toca às eleições autárquicas. Ponto. Está o dr. Rui Rio hoje em condições de poder dizer que é uma alternativa sólida, consistente para ganhar as eleições ao PS? Não. Se pode vir estar? Depende dele”, explica.

Para Montenegro “há mais pessoas capazes de poder apresentar projetos que façam mobilizar o PSD para esse combate” e estas devem aparecer.

“Não me venham dizer que é irrealizável o objetivo de ter uma maioria. Agora eu também não sou maluco e tenho que gerir aquilo que são as probabilidades. O grau de probabilidade hoje de o PSD ter uma maioria absoluta é baixo, com certeza. Nós sabemos disso”, admite ainda.

Afirmando que não vale a pena “dissertar muito” sobre as opções no quadro parlamentar para a constituição dessa maioria, na perspetiva do social-democrata “o que é preciso é que todos à direita do PS ganhem mais deputados”.

“Eu sou daqueles que deseja profundamente que o CDS se possa reabilitar nos próximos anos. Quanto mais forte está o CDS, mais forte está o PSD. Quanto mais forte está o PSD, mais forte está o CDS”, afirma.

Em relação a Marcelo Rebelo de Sousa, Montenegro sabe que tem que “exercer as suas competências”, mas avisa que “o PSD não pode nunca estar à espera do Presidente da República para crescer eleitoralmente, para vencer eleições e para afirmar a sua alternativa”.

“Independentemente de concordar mais ou menos com o Presidente da República – e nós temos uma afinidade grande com ele, foi um ex-presidente do PSD -, mas não é ele que nos vai levar a Governo. Que nenhum candidato a líder pense isso porque, se pensar, esse não tem o meu voto logo”, alerta.

Em janeiro de 2020, Luís Montenegro foi candidato à liderança do PSD e obrigou Rui Rio a uma inédita segunda volta no partido – Miguel Pinto Luz foi o terceiro candidato na primeira ronda -, da qual o atual presidente social-democrata saiu vencedor com mais de 53% dos votos.

Desde então, o antigo líder parlamentar social-democrata tem-se mantido praticamente em silêncio, quebrado por presenças pontuais na recente campanha autárquica.

No último dia de campanha, nas Caldas da Rainha, Luís Montenegro disse à Lusa que o PSD iria a jogo para ganhar nas autárquicas e que, depois disso, a direção teria que fazer uma reflexão na qual não se eximia de participar.

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