Política
Luís Montenegro nega que tenham sido retiradas verbas à floresta e diz que críticas são injustas

O primeiro-ministro disse hoje que “é falso” que o Governo tenha retirado verbas às políticas florestais, afirmando que houve uma reprogramação dos fundos comunitários, e considerou “injusta” a crítica de que esteve ausente enquanto o país ardia.
“Também quero aqui dizer que é injusto e é falso o argumento que é utilizado de que foram retiradas verbas a esta área. É falso”, afirmou Luís Montenegro no encerramento do debate sobre a situação dos incêndios em Portugal, na Comissão Permanente da Assembleia da República.
O primeiro-ministro afirmou que “houve alguma reprogramação em termos de fundos comunitários, como já tinha acontecido também nos governos do Partido Socialista”.
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“O deputado José Luís Carneiro fala agora em 120 milhões, o governo anterior do Partido Socialista tinha feito uma reprogramação na casa dos 100 milhões de euros, com uma diferença, é que nós reprogramámos o PEPAC [Plano Estratégico da Política Agrícola Comum], mas temos outros instrumentos de financiamento nomeadamente o PRR [Programa de Recuperação e Resiliência]”, referiu.
O primeiro-ministro disse também que o Governo está “a gastar cerca de 50% mais do que aquilo que era o dispêndio de execução” e que a intenção é “continuar a desenvolver este investimento”.
Na sua intervenção, o secretário-geral do PS acusou o Governo de “falta de sensibilidade” na prevenção e de não compreender “retirada de 120 milhões de euros das políticas florestais teria um impacto muito negativo na mobilização da sociedade para uma prioridade nacional”.
No encerramento do debate, o primeiro-ministro voltou a considerar “mesmo injusta” a acusação de que “o Governo esteve ausente e que o primeiro-ministro acordou tarde para este problema dos incêndios florestais”, apesar de admitir que pode “ter contribuído para que essa perceção possa ter sido criada”.
Luís Montenegro afirmou que o Governo esteve a acompanhar a evolução dos incêndios e que no Conselho de Ministros de 07 de agosto tomou “decisões para a gestão concreta daquilo que era já a evolução da situação no terreno”.
O chefe do executivo disse também que a partir daí o Governo fez o que lhe competia, recusando ir para o terreno com casacos da Proteção Civil vestidos, por respeito ao trabalho operacional.
“E demos cumprimento a uma estratégia que visava e visa proteger as pessoas e proteger o património, que o mesmo não é dizer que estejamos a leste daquilo que se passa também”, disse.
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