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Coimbra

Lousã investe 182 mil euros no regadio tradicional da ribeira de São João

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 27-06-2019

A recuperação e modernização do regadio da ribeira de São João, que serve 164 pequenos agricultores no vale da Lousã, vai custar mais de 182 mil euros e os trabalhos já começaram, anunciou hoje a Câmara Municipal.

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Em comunicado, a autarquia, no distrito de Coimbra, informa que a primeira fase da obra, iniciada no dia 17, “inclui a subida de cota no açude do Penedo, para alimentação do regadio”, bem como reparações “nos pontos críticos da regadeira”, que tem uma extensão de 3,7 quilómetros.

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“A segunda fase, que inclui outros trabalhos, terá início no final do período de rega, entre setembro e outubro”, permitindo aos agricultores a utilização da água na época em que habitualmente é mais necessária.

Financiada por fundos europeus e prevista no orçamento do município para 2019, a intervenção é da responsabilidade da Câmara da Lousã, presidida pelo socialista Luís Antunes, e da Associação de Agricultores do Regadio da Ribeira de São João.

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“Esta infraestrutura tradicional centenária (…) apresentava um elevado estado de degradação”, segundo a nota.

Adjudicada à empresa Augusto Amado, a empreitada é financiada na totalidade pelo Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020, através da medida “Melhoria dos Regadios Tradicionais”.

O projeto contempla a reabilitação e modernização da infraestrutura, entre a fábrica de papel do Penedo, no sopé da Serra da Lousã, e a Porta Reguenga, na planície, onde a regadeira tem uma bifurcação que leva a água a terrenos a norte da antiga estrada nacional 342, “dando-lhe condições adequadas” para servir os regantes.

São melhoradas a captação, a adução, com “reabilitação integral do canal”, e a distribuição, passando cada beneficiário a dispor de uma saída de rega.

“Com este investimento, que era um objetivo e uma necessidade dos utilizadores, será também possível controlar os consumos e reduzir as perdas de água num sistema que abrange cerca de 59,07 hectares de culturas”, refere a autarquia.

Durante o verão e em cumprimento de regras habituais, a água que desce da montanha através da ribeira de São João é usada pelos agricultores e pela fábrica de papel, a mais antiga unidade do setor em laboração contínua em Portugal, que exporta para todos os continentes.

Até finais do século XX, essa água movia também moinhos e lagares de azeite que existiam ao longo da regadeira, quando a produção de cereais, com destaque para o milho, e o cultivo da oliveira tinham peso significativo na economia agrária do concelho.

No vale, a jusante da indústria papeleira, fundada há cerca de 300 anos, a ribeira de São João passa a designar-se rio Arouce, afluente do Ceira, o qual por sua vez desagua no Mondego.

A última beneficiação deste regadio foi realizada pelos antigos Serviços Hidráulicos do Mondego, há mais de 45 anos, antes da revolução do 25 de Abril de 1974, tendo o sistema sido então coberto em toda a extensão por centenas de peças de betão armado.

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