“Bruxo de Coimbra” acusado de rapto mortal

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 07-06-2017

 

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Um livro dedicado ao caso do “Doutor Paulo”, ou “Bruxo de Coimbra”, da Ervanária de São João, na Estrada de Coselhas,  que integra um gangue acusado por rapto e assassínio de um empresário bracarense cujo cadáver terá sido dissimulado em ácido sulfúrico foi lançado numa altura em que o caso volta a dar que falar.

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Emanuel Marques Paulino, ainda conhecido por “Bruxo da Areosa”, que é defendido no processo pelo casal de advogados Mónica Quintela e Rui da Silva Leal, de Coimbra, já manifestou a intenção de prestar declarações no Tribunal de São João Novo.

O “Doutor Paulo”, ou “Bruxo de Coimbra”, é muito famoso não só na cidade, como em toda a região, tendo começado por dar consultas na Rua Padre António Vieira, passando para a Estrada de Coselhas, onde dezenas de pessoas esperavam horas a fio para serem consultadas, estando acusado de alegada associação criminosa, de sequestro e assassínio do empresário da construção civil, João Paulo Araújo Fernandes, de 41 anos, de Braga.

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A vítima foi raptada em Braga à frente da filha de oito anos na noite de 11 de Março de 2016 e assassinada em Valongo logo no dia seguinte, após o que o seu cadáver terá sido desfeito em ácido sulfúrico, sendo que o livro já foi publicado esta semana, estando em breve previsto, este mês, o início do julgamento,no Tribunal de São João Novo (Porto).

João Paulo de Araújo Fernandes, de 41 anos, que estava emigrado em França e vinha duas vezes por mês passar fins-de-semana com a sua filha, foi vítima de um dos crimes mais macabros de sempre em Portugal, com alguns contornos de que não há memória em Portugal, segundo se destaca num relatório final das investigações Polícia Judiciária.

Entre os principais acusados, todos em prisão preventiva, encontram-se os três irmãos bracarenses Bourbon – os advogados Pedro e Manuel, a par do economista Adolfo – e o curandeiro Emanuel Marques Paulino (“Bruxo da Areosa”), que passou a sua infância e juventude em Braga, numa casa “assombrada” perto do Monte do Bom Jesus, com o pai José Manuel Paulino, que também se dedicava a medicina alternativa e mais a madrasta.

Pedro Bourbon é acusado de ter sido o mandante do crime e beneficiado alegadamente de um “álibi partidário”, já que nas datas do sequestro e do homicídio, 11 e 12 de Março de 2016, encontrava-se em Lisboa e Évora, respectivamente, numas reuniões do Partido Democrático Republicano (PDR) de Marinho e Pinto, de que era vice-presidente e secretário-geral, após ter sido cabeça de lista às eleições legislativas de Outubro de 2015 pelo Círculo Eleitoral de Braga, naquele novo partido, que tinha já na altura um núcleo muito activo em Coimbra.

O “Bruxo da Areosa”, que também foi candidato a deputado à Assembleia da República nas últimas Legislativas, é agora acusado de ter estrangulado a vítima, mas apoiado por Rafael Silva (“O’Neill”), o segurança que escoltou o eurodeputado e presidente daquele partido, António Marinho e Pinto, antigo bastonário da Ordem dos Advogados, ocasião em que Pedro Bourbon fazia parte da Comissão dos Direitos Humanos de tal instituição.

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Com o livro, intitulado “Bourbons e Bruxo – Crime Bárbaro e Inédito em Portugal”, da autoria do jornalista Joaquim Gomes, «não se pretende antecipar qualquer tipo de “julgamento”, muito menos na praça pública, mas somente revelar os factos, tidos como tal, na presente fase processual, de julgamento, o único fórum para julgar os nove arguidos, sete dos quais alegadamente com ligação directa ao crime que vitimou João Paulo de Araújo Fernandes», como diz na introdução.

Segundo o mesmo jornalista, o homicídio, «o crime por excelência, crime dos crimes, proibido por um dos dez mandamentos de inspiração judaico‑cristã, teve aqui o seu expoente máximo, conforme é revelado neste livro, um exercício de documentário jornalístico e nada mais do que isso», onde serão apresentadas as versões em confronto, da acusação do Ministério Público de Guimarães,ao despacho de pronúncia da juíza de instrução criminal do Porto, passando pela defesa dos arguidos que fizeram declarações.

O prefácio é do juiz de Direito aposentado Vítor de Azevedo Soares, que foi magistrado no Círculo de Coimbra, sendo publicado por Rui Costa Pinto Edições, estando o livro à venda na Almedina e na FNAC.

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