Saúde

Lítio pode ser a chave para tratar Alzheimer

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 3 horas atrás em 08-08-2025

Imagem: depositphotos.com

Um novo estudo publicado na revista Nature aponta que uma dose baixa de lítio pode reverter os sintomas da doença de Alzheimer, abrindo caminho para um potencial tratamento inovador da doença que afeta milhões de pessoas no mundo.

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Pesquisadores descobriram que pessoas com Alzheimer apresentam níveis significativamente mais baixos de lítio no cérebro do que aquelas sem perturbações cognitivas. A deficiência deste metal está associada ao aumento da acumulação de placas amilóides — proteínas que danificam os neurônios — e à perda progressiva da memória.

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A investigação analisou os cérebros de 285 pessoas após a morte, identificando que os níveis de lítio no córtex pré-frontal — região responsável pela memória e tomada de decisões — eram cerca de 36% mais baixos em pacientes com Alzheimer, e 23% mais baixos naqueles com défice cognitivo ligeiro, considerado um estágio inicial da doença.

Para entender melhor o papel do lítio, a equipe conduziu experimentos com 22 ratos geneticamente modificados para desenvolver sintomas semelhantes aos da doença. Reduzindo em 92% a ingestão de lítio dos animais, observou-se um desempenho significativamente pior em testes de memória, além de um aumento de quase 2,5 vezes nas placas amilóides no cérebro.

O estudo também revelou que a deficiência de lítio desencadeia maior inflamação cerebral e reduz a capacidade das células imunes de eliminar as placas prejudiciais, fatores observados também em humanos com Alzheimer.

Os cientistas testaram então diferentes compostos de lítio e identificaram o orotato de lítio — uma substância natural formada pela combinação do metal com ácido orótico — como o mais eficaz para se ligar às placas sem ficar retido nelas. Após nove meses de tratamento com orotato de lítio, ratos com sintomas de Alzheimer mostraram redução significativa das placas e desempenho em testes de memória comparável ao de ratos saudáveis.

Segundo a New Scientist, esses resultados indicam que o orotato de lítio pode ser uma abordagem promissora para o tratamento da doença de Alzheimer. Atualmente, doses elevadas de lítio são usadas para tratar doenças psiquiátricas como o transtorno bipolar, mas esta pesquisa destaca o potencial das doses baixas para combater o declínio cognitivo.

O avanço sugere um caminho promissor na luta contra uma das doenças neurodegenerativas mais desafiadoras da atualidade.

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