Lisa Small, atualmente com 41 anos, viveu o que muitos chamam de “experiência de quase morte” , duas vezes. O que poderia ter terminado em tragédia acabou por marcar o início de uma transformação profunda.
Em 2008, com apenas 24 anos, Lisa perdeu a consciência após uma noite de consumo excessivo de drogas, durante a qual parou de respirar em duas ocasiões distintas. Segundo contou, a primeira vez aconteceu em casa, quando o seu então namorado teve de lhe aplicar manobras de reanimação durante cerca de 40 segundos, enquanto os seus olhos permaneciam abertos, um detalhe que usa para afirmar que o que viu não foi um sonho.
Só após a segunda paragem cardiorrespiratória nessa mesma noite é procurou ajuda. Os médicos confirmaram uma paragem. Este tipo de emergência tem taxas de sobrevivência extremamente baixas: apenas cerca de 16% dos pacientes sobrevivem mais de cinco anos, segundo estudos. Lisa escapou ilesa.
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Mas o que torna a sua história ainda mais singular é o que diz ter vivido enquanto estava clinicamente “morta”: “De repente, estava num campo imenso, com uma árvore ao meu lado e um homem vestido de branco. Ao longe, sentia a presença de milhares de pessoas, como se todas me fossem familiares. Era uma sensação indescritível, uma paz absoluta”, pode ler-se no Daily Mail.
Lisa garante que, durante a segunda paragem, voltou exatamente ao mesmo lugar.
A norte-americana, residente em Belleview, Flórida, passou 15 anos submersa no consumo de cocaína, heroína, crack, álcool e drogas sintéticas como a flakka, num total que estima ter ultrapassado os 40 mil dólares em despesas com drogas. Foi detida várias vezes e chegou a viver na rua.
Só em 2018 conseguiu recuperar a sobriedade, e hoje trabalha como empregada de mesa. Em breve, celebra seis anos de vida estável.
O maior marco da nova fase foi a reconciliação com o filho, Ayden, hoje com 20 anos, que se mudou para a casa da mãe na véspera de Natal: “Foi a primeira vez que vivemos juntos. Agora tudo mudou. Estar sóbria virou a minha vida do avesso ou melhor, deu-lhe uma volta completa de 360 graus.”
As experiências como as de Lisa têm vindo a intrigar médicos e cientistas há décadas. Estudos sugerem que o cérebro pode manter atividade mesmo após longos períodos sem oxigénio. Estes “surtos” cerebrais poderiam explicar as experiências vividas por quem já esteve em morte clínica, mas ainda não há consenso na comunidade científica.
Mesmo com teorias neurológicas em cima da mesa, experiências como a de Lisa continuam a levantar questões sobre o que acontece nos momentos entre a vida e a morte — questões para as quais a ciência ainda não tem respostas definitivas.
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