Coimbra

Linha SOS Pessoa Idosa da Fundação Bissaya Barreto regista aumento de pedidos de ajuda

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 20-05-2020
O número de pedidos de ajuda na linha telefónica de apoio SOS Idosa da Fundação Bissaya Barreto, sediada em Coimbra, aumentou desde o início da pandemia da covid-19, foi hoje anunciado.

Em comunicado, a instituição refere que a linha criada há seis anos conta com 1.149 contactos, dos quais 331 foram registados já este ano, que na sua maioria servem para denunciar situações de violência, nomeadamente sobre mulheres.

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Desde 16 de março, a Linha SOS Pessoa Idosa abriu 59 processos, tendo sido “notado um aumento no número casos relacionados com situações de negligência, abandono, autonegligência, falta de cuidados de saúde, de carência alimentar e de ausência de quem assegure a higiene pessoal e a salubridade do espaço habitacional”.

“Nestas situações, a solidão e o isolamento social surgem como principais fatores de risco”, refere a nota.

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A Fundação Bissaya Barreto revela que as situações de violência psicológica, violência física e abuso financeiro continuam a surgir com igual frequência à que se verificava antes da situação de pandemia.

Segundo a instituição, a coabitação entre vítima e agressor, a demência da vítima, a doença mental do agressor e os conflitos familiares decorrentes de partilhas, heranças e reformas, surgem como principais fatores de risco.

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Os 1.149 pedidos de ajuda registados pela linha desde a sua criação, em 2014, resultaram na abertura de 973 processos internos e na realização de 1.616 articulações com a Segurança Social, redes locais de intervenção, IPSS, autarquias, unidades de saúde e forças de segurança, entre outros.

Dos 268 processos internos abertos em 2019, “foram encaminhados 249, que estão a ser acompanhados por várias entidades”, e efetuadas 504 articulações, o que representa um aumento de cerca de 03% em relação ao ano anterior, refere a nota.

Nas denúncias efetuadas em 2019, “cerca de 70% dos indivíduos maltratantes estão identificados como familiares, pelo que se pode inferir que a relação entre a vítima e o agressor é, na maior parte dos casos, de parentesco”.

De acordo com a instituição, cerca de 59% dos agressores eram filhos das vítimas, dos quais 38% filhos homens e 21% mulheres.

Segundo o comunicado, 62% dos casos de violência referem-se a mulheres, “quase metade destas viúvas (48%), com uma média de idades entre os 80 e 84 anos (23%) e que vivem sozinhas”.

A Fundação Bissaya Barreto refere que “grande percentagem das vítimas não tem rede de suporte formal, ou é desconhecida, e apresenta um grau de demência ou outro tipo de declínio cognitivo, como o Alzheimer, deterioração cognitiva causada por AVC”.

A instituição revela ainda que a Procuradoria-Geral Distrital de Coimbra (Ministério Público) foi responsável por 15% das sinalizações realizadas ao Serviço SOS Pessoa Idosa.

O distrito com mais pedidos de ajuda e denúncias é o distrito de Lisboa, seguindo-se os de Coimbra, Setúbal e do Porto.

Atualmente, a Linha SOS Pessoa Idosa tem 1.079 processos e regista 1.300 apelos/pedidos de ajuda ou de orientação, podendo ser acedida através do número gratuito 800 990 100, que garante um serviço de atendimento direto e personalizado e um serviço de mediação familiar.

“O serviço tem por objetivo primordial apoiar e responder aos apelos de pessoas que vivem situações de violência nas suas diversas manifestações ou delas tiveram conhecimento, disponibilizando vários meios e instrumentos de comunicação”, sublinha a instituição.

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