Saúde

Liga dos Chineses contesta expressão “vírus chinês” em despacho judicial

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 17-04-2020

A Liga dos Chineses em Portugal repudiou, junto do Conselho Superior de Magistratura, a utilização da expressão “vírus chinês”, em referência ao novo coronavírus, utilizada num despacho judicial do Juízo central criminal de Lisboa.

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Na carta enviada ao CSM e à Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados, a que a agência Lusa teve acesso, o presidente da Liga dos Chineses em Portugal, Y Ping Chow, lamenta o uso da expressão alegando discriminação racial ou tendência xenófoba.

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“A Liga dos Chineses de Portugal, uma associação da comunidade chinesa e dos seus descendentes em Portugal, ficou ofendida ao ter tomado conhecimento da frase proferida por um tribunal português ao referir-se, em despacho judicial, à covid-19 (nome oficial) como se fosse o vírus chinês, seguindo a teoria do Presidente norte-americano”, lê-se na carta.

Y Ping Chow escreve que não sabe “se o termo contém o sentido de discriminação racial ou alguma tendência xenófoba e (ou) apenas o magistrado judicial se deixou influenciar pela afirmação do Presidente americano”, e que a Liga quer entender “o verdadeiro sentido desta afirmação”.

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No despacho judicial do dia 02 de abril, a que a agência Lusa teve acesso, o magistrado do Juízo Central Criminal de Lisboa escreve que “devido ao surto pandémico que Portugal está a atravessar, causado pelo vírus chinês (Covid 19), não se mostra aconselhável, devido ao perigo de contágio, reunir num espaço fechado várias dezenas de pessoas, como seria o caso da leitura do acórdão”.

Y Ping Chow é o promotor da futura câmara de Comércio Portugal China-PME e conselheiro da embaixada da China em Portugal e do Governo chinês.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 145 mil mortos e infetou mais de 2,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 465 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 657 pessoas das 19.022 registadas como infetadas.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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