Política

Líder do PSD defende que contas certas são “um instrumento e não o fim” da política  

Notícias de Coimbra | 2 anos atrás em 29-10-2022

O presidente do PSD defendeu hoje que as contas públicas certas não são “o fim da política”, mas “um instrumento, um pressuposto” da ação governativa, acusando o PS de estar a deixar “o país e os portugueses piores”.

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Numa intervenção na I Cimeira Ibérica da Juventude – organizada pela Juventude Social Democrata (JSD) e pelas ‘Nuevas Generaciones’ (NNGG), a organização jovem do Partido Popular espanhol –, Luís Montenegro quis voltar ao seu discurso de encerramento das jornadas parlamentares do partido, em 18 de outubro, no qual disse que “a coroa de glória do novo PS travestido de furioso adepto das contas públicas saudáveis” se tem traduzido “num empobrecimento generalizado em todos os setores sob a responsabilidade do Estado”.

“Sei que anda muita gente um bocadinho perplexa, muita gente mais ou menos confusa (…) Houve quem quisesse ver nisso, não percebo bem porquê, que o PSD se estava a descaracterizar por hipoteticamente não estar de acordo com esse objetivo de ter as contas públicas equilibradas”, disse.

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Para esses, o líder do PSD deixou hoje uma garantia: “Nós nunca nos descaracterizamos, não somos daqueles que se juntam aos extremos políticos para sobreviver e governar, não andamos de braço dado com partidos anti-NATO, anti-União Europeia e alguns até de braço dado com o regime russo”.

“Agora é importante termos essa reflexão e esse combate, porque as contas públicas certas não são o fim da política e muito menos são o fim da política governativa”, defendeu.

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O líder do PSD lamentou que, atualmente, o PS pareça ter nas contas certas “o fim último da sua agenda política”, o que considerou ser mau.

“Para nós as contas certas são um pressuposto, são um instrumento. Quando temos o Estado equilibrado, temos um país mais preparado para criar riqueza e enfrentar a crise”, disse.

Pelo contrário, considerou, “quando fazemos das contas certas o fim último da nossa governação, simultaneamente estamos a levar à vida das pessoas a austeridade de que eles tanto detestam falar, mas sobretudo estamos a tirar esperança ao país de criar valor para o futuro”.

“Quando um país tem contas certas à custa de falta de investimento na saúde, na educação, de cortes nos investimentos públicos prioritários, de um aumento brutal de impostos, quando as contas públicas são equilibradas dessa maneira – é melhor com certeza do que estarem desequilibradas –, mas vamos dizer a verdade aos portugueses: as contas públicas estão certas porque a opção do PS foi empobrecer as pessoas, o país está pior e as pessoas estão piores”, acusou.

Em 2014, quando era líder parlamentar do PSD, que governava o país em coligação com o CDS-PP nos tempos do memorando da ‘troika’, causou polémica uma frase de Luís Montenegro numa entrevista, quando afirmou que “a vida das pessoas não está melhor, mas o país está muito melhor”.

Numa intervenção de quase 45 minutos, Luís Montenegro fez um paralelismo entre a situação política de Portugal e de Espanha, dizendo que ambos os países têm “a fatalidade de estarem, uma vez mais, a serem governados por socialistas”.

“Chegaram ao poder em virtude de jogadas, manobras parlamentares urdidas nas costas dos eleitores”, criticou, referindo-se ao resultado eleitoral do PS em 2015, que foi o segundo partido mais votado, atrás do PSD, mas conseguiu formar Governo com o apoio de PCP, BE e Verdes no parlamento.

O líder do PSD aproveitou para elogiar a intervenção que o líder da JSD, Alexandre Poço, fez no debate orçamental e para o qual criou uma personagem – a Ana dos Olivais – para ilustrar a situação dos jovens portugueses e o papel central de António Costa na política portuguesa nas últimas décadas.

“A Ana dos Olivais só não disse que António Costa foi número dois do PS do engenheiro José Sócrates. Aliás, parece que agora está a despertar no PS um grande apreço por aquilo que foi a governação do engenheiro Sócrates. Ainda bem que se sentem confortáveis com isso para podermos explicitar ainda melhor o que se passou nas últimas décadas”, afirmou.

Tal como tem feito em intervenções anteriores, o líder do PSD associou às governações socialistas “um pântano” no final do executivo liderado por António Guterres e “uma bancarrota” no final do de José Sócrates.

“E agora o momento de maior empobrecimento acumulado de que há memória na nossa democracia”, acusou, dizendo que tal afirmação está sustentada quer em indicadores estatísticos, quer também na degradação de setores como a saúde ou a educação.

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