Política

Líder do PSD admite querer fazer desaparecer socialismo antes de uma visita a Luís de Matos

Notícias de Coimbra com Lusa | 12 meses atrás em 11-05-2023

O líder do PSD, Luís Montenegro, admitiu hoje, em Ansião, que seria importante fazer desaparecer o socialismo, antes de um encontro com Luís de Matos, ilusionista que acusou os sucessivos poderes políticos de “desinteresse geral” pela cultura.

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Questionado pelos jornalistas se espera aprender algum truque de magia para fazer desaparecer o primeiro-ministro, o socialista António Costa, Luís Montenegro respondeu: “Não, era importante que nós fizéssemos desaparecer o socialismo de Portugal e fizéssemos aparecer um país próspero e um país que pudesse ultrapassar os seus obstáculos mais estratégicos e estruturantes que o têm, efetivamente, conduzido para a cauda da Europa”.

“Mas eu estou aqui, sobretudo, para perceber como é que é possível também fazer coisas com impacto, com interesse, neste caso, na área cultural, apesar de estarmos num território de baixa densidade, apesar de estarmos no interior do país”, adiantou o presidente do PSD, que prossegue esta semana no distrito de Leiria o programa “Sentir Portugal”.

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Já no Estúdio 33, de Luís de Matos, o social-democrata ouviu do mágico que “o poder político tem um desinteresse geral pelas políticas culturais”.

“É um facto. E isso pode sustentar-se em dados históricos e concretos”, como a recorrente “pouca dotação” do Orçamento do Estado para a área da Cultura, exemplificou.

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Segundo o ilusionista, “a meta de 1% para a Cultura é apenas referida por um ou dois partidos, porque não é uma preocupação”. Luís de Matos defendeu que a cultura, que é cidadania e identidade, “não está no centro das preocupações políticas”.

“Menos de 1% no Orçamento de Estado constitui um insulto e um desprezo a essa cidadania”, salientou.

Sobre o Ministério da Cultura, o empresário classificou-o como “o ministério de uma parte residual da Cultura”, o património, que “é importante, mas é residual”.

“Depois, há sempre, sistematicamente, ao longo dos anos, uma ausência de território nas políticas culturais. O território não pode ser destinatário de uma política paternalista de Cultura”, argumentou, contrapondo que este “deve estar no centro das políticas culturais”.

Para Luís de Matos, “é fundamental criar condições para o desenvolvimento do talento dentro dos territórios, porque o talento não se cria por decreto”.

Por outro lado, apontou que o grande problema da Cultura em Portugal é não haver um Serviço Nacional de Cultura, lembrando António Arnaut, fundador do Serviço Nacional de Saúde, para sublinhar: “A cultura é como a educação e a saúde, essencial aos cidadãos”.

“Um Serviço Nacional de Cultura deveria ocupar-se de infraestruturas, monumentos, teatros, museus, dos profissionais, técnicos, companhias residentes, etc., e dos utentes, o público, especialmente o que não vai aos espetáculos”, assinalou, para criticar, de novo, o Ministério da Cultura, que “não liga ao público”.

Referindo existir “uma falta de acompanhamento dos financiamentos concedidos, porque há falta de coragem recorrente de medir resultados”, Luís de Matos notou que “há financiamentos que estão lá por tradição”.

“O Ministério da Cultura alimenta o elitismo reclamado por certos setores da cultura, públicos e financiados, afastando todos os outros, privados e não financiados”, acrescentou o mágico, para quem “a cultura deve, acima de tudo, ser socialmente inclusiva e plural”.

O ilusionista criticou ainda os ministros que se recusam a responder a jornalistas, frisando que “os políticos, quando estão em exercício de cargos públicos, esquecem que são empregados do povo”, pelo que “não se pode dizer a um jornalista que representa os portugueses que vão ouvir a resposta ‘não, eu sobre isso não falo’”.

A este propósito referiu que lhe ocorre uma metáfora, como se um empregado interpelado pelo patrão dissesse: “Vai-me desculpar, mas sobre isso eu não falo”.

Luís Montenegro declarou compreender todos os problemas elencados por Luís de Matos, mas reconheceu ter noção de que não se muda de um dia para outro, mas pode começar-se com “a atribuição de maior importância, financeira e não só”.

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