Economia

Líder do PS considera “pouco digno” de Montenegro fazer “leilão” de salários

Notícias de Coimbra com Lusa | 32 minutos atrás em 07-12-2025

O secretário-geral do PS considerou hoje que “é pouco digno” do primeiro-ministro fazer um “leilão de valorizações salariais”, depois de Luís Montenegro ter falado num salário mínimo de 1.600 euros, dias antes de uma greve geral.

“É pouco digno de um primeiro-ministro, em vésperas de uma greve geral, estar com esta espécie de leilão de valorizações salariais. Essas discutem-se, avaliam-se, em função do crescimento da economia do país, em função das previsões para o nosso futuro, em sede de concertação social”, afirmou.

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José Luís Carneiro falava aos jornalistas antes de marcar presença na sessão evocativa “Mário Soares – as palavras e as imagens”, em Lisboa, que assinalou o dia em que o fundador do PS, que foi Presidente da República e primeiro-ministro, faria 101 anos.

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O secretário-geral do PS afirmou que é objetivo de todos dar melhores condições de vida e melhores remunerações aos trabalhadores, salientando que ele próprio já defendeu que o país deve almejar ter o salário médio “na ordem dos 2.500 euros” até 2035.

“Agora, os termos em que o primeiro-ministro está a apresentar estas propostas são termos que não dignificam o sentido do compromisso e até a honradez da palavra que se deve dar aos trabalhadores, que não merecem que lhes faça isto numa altura em que os seus representantes estão a preparar e depois tomarem uma decisão naturalmente muito refletida sobre uma greve geral”, criticou.

No sábado, discursando no X Congresso Nacional dos Autarcas Social-Democratas (ASD), no Porto, o primeiro-ministro e presidente do PSD, Luís Montenegro, aumentou os objetivos salariais para o país, falando em 1.600 euros de salário mínimo e 3.000 euros de médio, um dia após mencionar valores inferiores.

“Nós não queremos crescer 2% ao ano. Queremos crescer 3%, 3,5%, 4%. Nós queremos que o salário mínimo não chegue aos 1.100 [euros]. Esse é o objetivo que temos para esta legislatura, mas nós queremos mais. Que chegue aos 1.500 ou aos 1.600”, disse.

O primeiro-ministro, que na sexta-feira tinha sugerido aproveitar a oportunidade da possível mudança das leis laborais para elevar o salário mínimo para os 1.500 euros e o médio para 2.000 ou 2.500, no dia seguinte disse não querer “que o salário médio chegue aos 1.600 ou 1.700”, mas sim que “chegue aos 2.500, 2.800 ou 3.000 euros”.

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