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Líder da UNITA pede que a paz e a reconciliação angolana seja nacional
O líder da UNITA, maior partido da oposição angolana, disse hoje, em Luanda, que a paz e reconciliação, que se celebra este mês, deve ser nacional e não se pode limitar ao “Estado do MPLA e a UNITA”.
Numa mensagem por ocasião da celebração, no domingo, dos 19 anos de paz do país, o presidente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) lembrou que “a nação angolana é bem mais ampla do que os subscritores dos acordos de paz”.
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“É preciso tomar medidas mais corajosas e consensuais para se concretizar a reconciliação entre o Estado angolano e as vítimas do fratricídio do 27 de maio, entre os membros das fações do MPLA [Movimento Popular de Libertação de Angola], que utilizaram o Estado para ofender gravemente os direitos humanos de milhares de cidadãos, que por sinal eram correligionários do mesmo partido-Estado”, disse Adalberto Costa Júnior.
A reconciliação, prosseguiu, precisa de ser igualmente com “as vítimas do fenómeno da sexta-feira sangrenta, com as vítimas do massacre no Monte Sumi e com todos os outros grupos sociais, que sofreram as amarguras da exclusão e da violação brutal preordenada dos seus direitos fundamentais, só por não se submeterem à ditadura do partido-Estado”.
Adalberto Costa Júnior frisou que a paz não pode estar desligada da democracia e do respeito pelos direitos humanos, porque ela “surge na sequência de um acordo para a mudança do regime político: de ditadura do proletariado para a democracia multipartidária”.
De acordo com o presidente da UNITA, continuam por cumprir, de facto, como fundamentos da paz, a democracia política, económica e cultural, a reconciliação nacional, a justa distribuição da riqueza nacional, entre o poder central do Estado e o poder autónomo das autarquias locais, ou entre os diversos povos e micro nações que constituem Angola, bem como o exercício do poder político nos limites da Constituição e da lei.
“Na paz democrática, não há um partido que captura o Estado para delapidar o país, simular processos eleitorais e pisotear a Constituição e a lei para se perpetuar no poder”, salientou.
“Hoje há uma nova geração de patriotas dispostos e disponíveis para construir a verdadeira paz, pronta para continuar o trabalho de construção do edifício inacabado da paz democrática”, acrescentou Adalberto Costa Júnior.
O líder da segunda força política de Angola apelou ao discernimento dos cidadãos para a “natureza subversiva do regime que fala de paz, mas atua contra a paz”.
“Ao agredirem a democracia todos os dias, estão a agredir a paz. Ao impedir a diversidade e o pluralismo político no controlo privado do espaço público e da economia, estão a agredir a paz. Ao bloquear a implementação efetiva das autarquias locais, estão a agredir a paz. Ao minar a lisura e a transparência dos processos eleitorais, estão a agredir a paz”, afirmou.
Angola celebra 19 anos de paz, depois de décadas de guerra, que opuseram o Governo e a UNITA, alcançada após a morte em combate do líder fundador do maior partido da oposição angolana, Jonas Savimbi, em 22 de fevereiro de 2002.
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