Saúde

Levar o telemóvel para a casa de banho pode estar a causar hemorroidas

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 7 horas atrás em 22-05-2025

Um hábito aparentemente inofensivo pode estar a ter consequências inesperadas para a saúde: levar o telemóvel para a casa de banho pode aumentar o risco de desenvolver hemorroidas em quase 50%.

A conclusão vem de um estudo apresentado este mês na conferência anual da Semana das Doenças Digestivas, em San Diego, pela médica Trisha Satya Pasricha, do Beth Israel Deaconess Medical Center, nos EUA.

O estudo, embora limitado a 125 participantes submetidos a colonoscopias, revelou dados preocupantes: entre os que admitiram usar o telemóvel no WC, a incidência de hemorroidas foi significativamente superior. Em números, quem tem por hábito prolongar as visitas ao “trono” com o smartphone na mão tem um risco 46% maior de sofrer deste problema.

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Mais de 90% dos inquiridos confessaram usar o telemóvel na casa de banho pelo menos uma vez por semana. Muitos aproveitam o momento para ler notícias, navegar nas redes sociais ou responder a mensagens e emails. O resultado? Sessões no WC que ultrapassam os seis minutos – muito acima do tempo recomendado por médicos, pode ler-se na ZME Science.

O problema, explicam os investigadores, não está no dispositivo em si, mas no comportamento que promove. A distração leva a que se permaneça mais tempo sentado na sanita, o que aumenta a pressão nas veias da região anal – uma das principais causas para o surgimento das temidas hemorroidas.

Nos Estados Unidos, as hemorroidas motivam cerca de quatro milhões de consultas médicas por ano. Apesar da sua prevalência, os dados clínicos continuam escassos — o último grande estudo sobre a sua frequência foi feito em 1989.

Na realidade, todos temos estas estruturas vasculares, cuja função é ajudar na continência fecal. Tornam-se problemáticas quando se inflamam, provocando dor, comichão ou sangramento. As causas mais comuns incluem obstipação crónica, esforço excessivo durante as evacuações e… tempo a mais sentado, sobretudo com má postura.

A utilização de smartphones poderá, agora, ser mais um fator a juntar à equação.

Outros estudos já tinham apontado para esta ligação, mesmo na era pré-digital, quando o hábito era ler revistas na casa de banho. Mas a diferença agora está no poder do conteúdo digital: os algoritmos das redes sociais e das aplicações são desenhados para prender a atenção – até nos momentos mais íntimos.

Especialistas aconselham limitar o tempo na sanita a no máximo 10 minutos – sendo que muitos recomendam nem ultrapassar os 3. E há já quem defenda que o WC deve ser uma zona livre de telemóveis.

A recomendação final é simples: quando a natureza chamar, deixe o telemóvel de fora. A sua saúde – e as suas veias – agradecem.

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