Um visitante do Centro Pompidou de Metz, em França, comeu no local uma banana integrada na obra “Comedian”, do italiano Maurizio Cattelan, em exposição naquele museu e que consiste naquela fruta presa a uma parede com fita adesiva.
De acordo com o Centro Pompidou-Metz, num comunicado divulgado sexta-feira, citado pela agência EFE, o incidente aconteceu no sábado, na exposição “Un dimanche sans fin” (“Um domingo sem fim”), da qual fazia parte a peça concebida pelo artista italiano.
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O homem, que retirou a banana da parede, e a descascou e comeu, disse tê-lo feito por ter ficado “impressionado” com o facto de a obra estar avaliada em 6,2 milhões de dólares (5,9 milhões de euros), preço pelo qual foi vendida em novembro passado num leilão em Nova Iorque, a um empresário de criptomoedas.
O museu refere, no comunicado, que os serviços de segurança “intervieram rapidamente, com calma”, e a obra “foi reinstalada em poucos minutos”, lembrando que a banana é um item perecível que é regularmente substituído, seguindo um protocolo definido pelo artista.
“Comedian” tem um Certificado de Autenticidade e os donos da obra são informados que podem substituir a banana, caso seja necessário.
A peça “Comedian” foi apresentada pela primeira vez em 2019, na feira Art Basel de Miami, onde foi vendida por 120 mil dólares, tendo ganhado notoriedade quando um outro artista, o norte-americano David Datuna, comeu no local a banana que dela faz parte.
“Comedian” transformou-se num acontecimento global que teve um enorme impacto “na consciência cultural contemporânea”, disse a leiloeira Sotheby’s, quando levou a peça a leilão, em Nova Iorque, em novembro.
O artista, na altura, não recebeu qualquer valor desta venda, porque “Comedian” pertencia a um colecionador que detinha o Certificado de Autenticidade. A banana em causa ganhou dimensão artística com o cumprimento do protocolo, depois de comprada por 35 cêntimos de dólar ao vendedor de rua Shah Alam, instalado perto da Sotheby’s nova-iorquina, como o jornal The New York Times então noticiou.
A obra está em exposição no Museu de Serralves, no Porto, desde 03 de julho, no âmbito da exposição “Sussurro”, que reúne 26 trabalhos de Maurizio Cattelan.
A exposição, de entrada gratuita e patente até janeiro do próximo ano, reúne várias das criações iconográficas de Cattelan, apresentadas em Portugal pela primeira vez, numa mostra concebida especificamente para a Casa e o Parque de Serralves.
Nascido em Pádua, em 1960, Cattelan vive e trabalha em Nova Iorque, tendo alcançado notoriedade com “A Nona Hora”, uma estátua de cera do papa João Paulo II atingido por um meteorito, exibida em 1999 na Kunsthalle Basel.
Entre outras obras de destaque, Catellan substituiu, em 2016, uma sanita do museu Guggenheim com uma réplica de ouro, disponível ao público.
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