Coimbra

Leia aqui o se já se conhece sobre as explosões em Beirute que causaram mais de 100 mortes

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 05-08-2020
Mais de 100 mortos, milhares de feridos, destruição e danos sem conta. Eis o que se sabe das explosões que devastaram vários bairros da capital do Líbano na terça-feira.

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O que se passou

Uma primeira explosão forte ocorreu na zona portuária de Beirute cerca das 18:00 locais (16:00 em Lisboa) de terça-feira, seguida de um incêndio e de algumas detonações e depois de uma segunda explosão, muito mais forte, que causou uma nuvem de fumo em forma de cogumelo, dizimando o porto e os edifícios vizinhos.

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As explosões, cuja deslocação do ar foi sentida na ilha de Chipre, a mais de 200 quilómetros de distância, foram registadas pelos sensores do Instituto Geofísico dos Estados Unidos (USGS) como um sismo de magnitude 3,3.

Porque ocorreu a explosão

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Cerca de 2.750 toneladas de nitrato de amónio estavam armazenadas no entreposto do porto de Beirute que explodiu, explicou o primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, denunciando “um desastre em todos os sentidos da palavra”.

Segundo o diretor da Segurança Geral, Abbas Ibrahim, o carregamento de nitrato de amónio, um fertilizante químico e também componente de explosivos, estava armazenado há anos no armazém, perto de bairros muito frequentados.

O nitrato de amónio é um sal branco e inodoro usado como base de muitos fertilizantes e que já causou vários acidentes industriais, incluindo o da explosão em 2001 na fábrica AZF em Toulouse (sudoeste de França), onde cerca de 300 toneladas de nitratos de amónio explodiram subitamente, matando 31 pessoas.

Numerosos países europeus exigem que o carbonato de cálcio seja adicionado ao nitrato de amónio para criar nitrato de cálcio e amónio, que é mais seguro.

Nos Estados Unidos, a regulamentação relativa ao nitrato de amónio ficou mais rigorosa após o atentado de Oklahoma City em 1995, em que duas toneladas deste produto químico foram utilizadas, causando 168 mortos.

Foi um ato voluntário?

Nada indica que as explosões tenham sido provocadas deliberadamente, segundo as autoridades libanesas.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou na terça-feira que os generais norte-americanos lhe tinham dito que as explosões pareciam ter sido causadas por “uma espécie de bomba”.

“Parece um ataque terrível”, adiantou. O Pentágono, no entanto, disse à agência France-Presse “nada ter” a acrescentar, aconselhando a “contactar a Casa Branca para esclarecimentos”.

Hassan Diab declarou, por seu turno, ser “inadmissível que um carregamento de nitrato de amónio, calculado em 2.750 toneladas, esteja há seis anos num entreposto, sem medidas de precaução”.

“É inaceitável e não podemos ficar calados em relação à questão”, adiantou, segundo declarações relatadas por um porta-voz numa conferência de imprensa.

Quantas vítimas?

As explosões mataram mais de 100 pessoas e feriram mais de 4.000 outras, segundo um balanço de hoje da Cruz Vermelha libanesa.

As operações de resgate continuam nos bairros à volta do porto, cujas ruas estão cheias de escombros de edifícios que desabaram.

Em toda a cidade, os habitantes de Beirute foram feridos pelos vidros das janelas partidas devido à deslocação do ar da explosão.

O governador de Beirute, Marwan Abboud, calcula que até 300.000 pessoas tenham ficado sem casa, considerando que “perto de metade (da cidade) está destruída ou danificada”. Os danos poderão “ascender a entre três e cinco mil milhões de dólares (2,5 a 4,2 mil milhões de euros)”, disse.

E agora?

O Conselho de Defesa Nacional libanês declarou Beirute “zona de desastre” e Diab apelou aos aliados do Líbano a apoiarem o país.

O presidente libanês, Michel Aoun, anunciou ter desbloqueado 100 mil milhões de libras libanesas (55 milhões de euros) de financiamento de emergência, numa altura em que o país enfrenta uma crise económica sem precedentes e os hospitais já estão sobrecarregados devido à epidemia de covid-19.

Os Estados Unidos, a França, a Rússia, o Qatar, o Irão e mesmo o vizinho inimigo Israel ofereceram ajuda.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, enviou hoje uma mensagem ao seu homólogo libanês, Michel Aoun, expressando “condolências aos familiares das vítimas mortais e desejos de rápidas melhoras a todos os feridos, bem como a sua solidariedade a todo o povo libanês”.

Também o Governo português expressou solidariedade com o Líbano e o seu povo, adiantando que participará no plano de apoio da União Europeia.

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