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Lançamento de filme de terror de Winnie the Pooh cancelado em Macau e Hong Kong

Notícias de Coimbra com Lusa | 1 ano atrás em 22-03-2023

O lançamento do filme de terror “Winnie the Pooh: Blood and Honey” foi cancelado em Macau e Hong Kong, anunciou a distribuidora na terça-feira, levantando questões sobre a censura vivida nas duas regiões chinesas.

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O Presidente chinês, Xi Jinping, tem sido comparado ao famoso urso Winnie the Pooh – personagem criada pelo britânico Alan Alexander Milne – desde uma reunião, em 2013, com o então Presidente norte-americano, Barack Obama.

Longe dos estúdios Disney (EUA) e da Soyuzmultfilm (Rússia), que tornaram a personagem popular, a versão “Blood and Honey” (sangue e mel) é uma adaptação sangrenta do britânico Rhys Frake-Waterfield, lançada em fevereiro nos Estados Unidos.

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Numa publicação na rede social do Facebook, a distribuidora VII Pillars Entertainment expressou na terça-feira “profundo pesar”, não especificando o que motivou a decisão.

O Governo de Hong Kong disse, por sua vez, ter emitido uma autorização para o lançamento do trabalho cinematográfico, sugerindo que este não tinha sido censurado.

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Mas o organizador da antestreia, que estava marcada para segunda-feira, cancelou o evento, citando razões técnicas.

Winnie the Pooh tornou-se num símbolo de oposição ao Presidente chinês nos últimos anos.

A censura chinesa tem banido da internet referências entre o líder chinês e o urso e, em 2018, o lançamento do filme “Christopher Robin”, que também apresentava Winnie the Pooh, terá alegadamente sido recusado na China.

Kenny Ng, professor de cinema na Universidade Baptista de Hong Kong, recusou especular sobre a razão que levou ao cancelamento, sugerindo que o mecanismo de silenciar vozes críticas parece estar a recorrer a decisões comerciais.

Hong Kong e Macau são regiões administrativas especiais chinesas, que voltaram ao domínio chinês, em 1997 e 1999, respetivamente, com a promessa de manterem as liberdades e estilo de vida até então vigente.

Ng disse que Hong Kong assistiu a mais casos de censura nos últimos dois anos, visando sobretudo filmes não comerciais, tais como curtas-metragens independentes.

“Quando há uma linha vermelha, então há mais tabus”, referiu.

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