A exposição “Porcelana Portuguesa: A Harmonia dos Contrários”, na Assembleia da República, em Lisboa, a partir de quinta-feira, aborda o uso de faianças e porcelanas, combinando peças de fábricas portuguesas desaparecidas, como as de Massarelos e Sacavém.
A exposição, organizada pela Fundação Ricardo do Espírito Santo Silva (FRESS), esteve já patente no MU.SA – Museu das Artes de Sintra, de 25 de julho a 28 de setembro, e é uma “homenagem às antigas fábricas de cerâmica e porcelana portuguesas dos séculos XVIII e XIX”, em grande parte já extintas.
Desta forma, recorda-se “o labor e arte dos antigos oleiros de Viana do Castelo, Caldas da Rainha, Alcobaça, Ílhavo, Águeda, Coimbra, zona do Porto, Sacavém, Lisboa, cujos testemunhos não [podem deixar] esquecidos”, segundo a apresentação da mostra.
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“A exposição propõe uma recontextualização estética dessas peças com o objetivo de revelar o seu valor artístico, técnico e patrimonial, contudo, abrindo espaço ao diálogo entre tradição e inovação”, acrescenta o texto da FRESS.
A coordenação e curadoria são de Gabriela Canavilhas, presidente da FRESS, e a direção artística de José Nuno Silva Figueiredo, coordenador de Novos Projetos da fundação.
A exposição é constituída por composições que combinam cerâmicas e porcelanas de diferentes origens, com ornamentações e estruturas técnicas criadas pelos artesãos da FRESS, que podem ser de pele, papel, bronze, ouro, madeiras nobres, pintura lacada, madeira trabalhada a talha, passamanaria elaborada, ferro forjado.
“Tudo serviu para transformar as cerâmicas em ‘histórias’ novas, reinventadas”, disse Gabriela Canavilhas à agência Lusa, em julho.
As peças são originárias de fábricas como a Carvalhinho e a de Massarelos, no Porto, a Raul da Bernarda e a Pereiras Valado, em Alcobaça, a Elias & Paiva Lda. (ELPA), nas Caldas da Rainha, a Vista Alegre e a de Sacavém, entre outras.
A “principal artista” envolvida no projeto é Vanessa Diniz, que fez parte das oficinas da FRESS em 2021, e tem formação nas áreas da Conservação, Restauro e de Pintura.
Vanessa Diniz participou em intervenções no Palácio de Queluz, na Igreja da Santa Casa da Misericórdia de Almada, no Salão Árabe do Palácio da Bolsa, no Porto, no Palácio de Maiorca, na Figueira da Foz, na Sala do Capítulo e Cripta do Convento de Jesus e no Mercado do Livramento, em Setúbal, e no Forte de S. Julião da Barra, em Oeiras, entre outras.
“Porcelana Portuguesa: A Harmonia dos Contrários” está patente a partir da próxima quinta-feira até 08 de dezembro no salão nobre do parlamento.
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