Opinião

 Koala e a ilustre representante dos povos da Beira, a Aida

Opinião | Amadeu Araújo | Amadeu Araújo | 3 horas atrás em 14-07-2025

A deputada Aida Carvalho, eleita pelo círculo da Guarda, merece um Koala. E explico-me já que cá em casa o namorico – essa coisa feia que nos dá ouvidos de escrever – dói.

Aida Carvalho, que é doutorada em Ciência da Cultura, quer conhecer o ponto de situação da Linha da Beira Alta e o calendário previsto para a sua reabertura integral.

 A circulação ferroviária está suspensa desde abril de 2022 e, apesar de alguns troços terem sido reabertos parcialmente, a linha continua encerrada na sua maioria. Haverá de abrir um dia.

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Aida Carvalho sublinha ainda que “não deve ser abandonada a perspetiva de uma ligação ferroviária direta entre Lisboa e Porto pelas Beiras, valorizando as cidades e populações do interior, historicamente menos servidas pelas grandes infraestruturas nacionais”.

Ou seja, se bem a percebi, é o comboio a vir de Aveiro para Mangualde, cousa que dificilmente acontecerá. A Infraestruturas não conseguiu fundos para a alta velocidade. A candidatura a mais 955 milhões de euros de fundos europeus para a primeira fase da alta velocidade não foi aprovada. De caminho entretemos pagode com o estudo prévio para a Reabilitação da Linha entre o Pocinho e Barca D’Alva, que já se encontra concluído.

Segundo o estudo da CCDR Norte, o investimento de 70 milhões de euros na reabilitação da linha entre o Pocinho e Barca D’Alva, vem trazer benefícios económicos, sociais e ambientais e vai alavancar, como agora se diz, 22 municípios, criar mais de 4700 postos de trabalho na fileira do turismo durante o período de 26 anos, e vem representar um verdadeiro elevador social e económico. Upa, melhor que isto só o Koala.

O Koala, do nosso contentamento e do italiano Leonardo, é produzido do lado de lá do Atlântico. Comprados para, também, ajudar nos fogos, já os vi com guincho em resgate. Ora o comprador, não foi capaz de pensar num kit para configuração aeromédica. O que andou aqui por casa, veio, pareceu-me, treinar o heliporto. Mas a tropa não tem quadricula? Só agora? E se fosse antes em necessidades emergentes ou de segurança? Custa-me ver que não conseguimos ter serviços partilhados, nem aproveitar o que temos. Eles são helicópteros para os fogos, para os sinistrados e doentes urgentes, para resgate, para operações especiais, para apoio de fogo, missões de polícia e demais afazeres?

Quando estas operações aéreas começaram já tínhamos uma quinta. Porém, quando o Serviço Nacional de Bombeiros profissionalizou em todo o continente o serviço aéreo as máquinas tinham três configurações. Fogos, resgate incluindo na costa atlântica e evacuações médicas. Se já conhecemos a roda, porque este frenesim, esta insanidade de não parar para pensar, mas parar para arrastar.

Se bem nos lembramos, o Estado português apenas assinou o contrato com a GulfMed Aviation no final de maio, quando este deveria ter sido formalizado em janeiro.

Acresce que o contrato só foi validado pelo Tribunal de Contas na semana passada, o que demonstra o atraso significativo em todo o processo. Como é que uma empresa se prepara na incerteza?

O Estado Português, como de costume, a decidir as coisas em cima do joelho, esquecendo os do costume, o cidadão comum. Não todos, que “o Governo está normalmente atento a tudo, o problema não é das aeronaves”.

Nisto, enquanto discutimos emigração, que se abala de comboio ou de helicóptero, a baixa natalidade e o envelhecimento vão ‘roubar’ quase um quarto dos trabalhadores portugueses até 2060.

Mas é mais fácil ler em voz alta de nomes de crianças de origem estrangeira do que programar.

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