Justiça

Julgamento da Soares da Costa e promotores de hotel na Tocha foi reagendado

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 17-01-2022

O Tribunal de Coimbra reagendou o início do julgamento, marcado para hoje, da construtora Soares da Costa e dos promotores de um hotel na Tocha, Cantanhede, que nunca chegou a ser concluído por alegada fraude de 1,2 milhões de euros.

PUBLICIDADE

A presidente do coletivo de juízes, Celeste Marques, reagendou a primeira sessão do julgamento para o dia 24, uma vez que a procuradora se encontra desde sábado em isolamento profilático. Ficaram ainda agendadas mais duas sessões, para os dias 14 de fevereiro e 14 de março.

O início do julgamento já tinha estado marcado para o dia 15 de novembro de 2021, tendo sido adiado porque um dos advogados pediu tempo para analisar o processo da Turismo de Portugal associado a este caso.

PUBLICIDADE

A Soares da Costa, dois ex-responsáveis daquele grupo de construção civil, e três promotores de um hotel de cinco estrelas na Praia da Tocha, Cantanhede, assim como as duas empresas que estes terão utilizado para o negócio, são julgados por uma eventual fraude na obtenção de apoios da Turismo de Portugal.

No processo, o Ministério Público pede a restituição de 1,2 milhões de euros obtidos indevidamente através de um programa de apoio da Turismo de Portugal, acrescidos de 150 mil euros de juros, refere a acusação a que a agência Lusa teve acesso.

PUBLICIDADE

publicidade

Em causa, está um projeto de construção de um hotel de cinco estrelas com spa na Praia da Tocha, candidatado ao Programa de sistema de Incentivos à Inovação, da Turismo de Portugal.

Na intervenção, que nunca foi concluída, estava previsto um investimento global de 5,77 milhões de euros, a que corresponderia um incentivo da Turismo de Portugal de 3,75 milhões de euros (65% do investimento elegível).

Os promotores terão acordado com um ex-administrador da Soares da Costa e com o seu ex-diretor financeiro um plano para “ajudar a emitir faturas e respetivos recibos de pagamento, discriminando serviços e obras, como se tivessem sido efetuadas e pagas, que sabiam que não seriam”, afirma o Ministério Público.

Através de alegados métodos de ‘engenharia financeira’, os arguidos entregavam à Turismo de Portugal as faturas emitidas pela Soares da Costa a comprovar o investimento, que não teria sido feito, e a entidade transferia o dinheiro, que depois circulava entre várias contas, regressando novamente à empresa promotora da obra para alegadamente dar a aparência de um aumento de capital da sociedade.

Até à resolução do contrato de concessão de incentivos com a Turismo de Portugal por incumprimento culposo das obrigações, esta entidade transferiu cerca de 1,2 milhões de euros de ajudas para a sociedade promotora.

Deste valor, 240 mil euros terão ido para a Soares da Costa, 380 mil euros para uma outra sociedade dos arguidos que promoviam a obra e 490 mil euros para o património dos três promotores.

A Soares da Costa viu em fevereiro de 2018 aprovado o Processo Especial de Revitalização.

Related Images:

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE