O candidato da coligação Juntos Somos Coimbra rejeitou hoje a acusação de que esteja a destruir os Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) e disse que nunca houve nenhum executivo que fizesse tanto por aquela estrutura.
O atual presidente da Câmara, José Manuel Silva, que se recandidata ao segundo mandato numa coligação entre PSD/IL/CDS/Nós, Cidadãos!/PPM/Volt/MPT), frisou à agência Lusa que está a trabalhar em soluções para resolver os problemas, algumas já rejeitadas, que se mantêm há anos.
“Temos tentado várias soluções – a internalização, que era para gerir melhor os SMTUC, mas a oposição impediu. Depois começámos a trabalhar na empresarialização, que é um processo complexo que depende de nós [Câmara], da Assembleia Municipal e do Tribunal de Contas, e já apresentámos o projeto”, explicou o candidato à agência Lusa.
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Outra solução apontada passa pelo município atribuir um suplemento de 15% aos motoristas, que precisa de ser aprovado pelo Governo, o que não aconteceu devido às duas eleições legislativas no espaço de cerca de ano e meio.
José Manuel Silva sustentou que a governação socialista na Câmara e no Governo nunca reviu as carreiras dos motoristas, que são equiparados a assistentes operacionais, gerando pouca atratividade para as funções e sendo a causa para a falta de profissionais naquele serviço.
Acusou ainda o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) de ter apresentado um pré-aviso de greve que vai inviabilizar a reunião já marcada pelo atual Governo para discutir o assunto.
Em campanha por Cernache, sede de freguesia a oito quilómetros da cidade, José Manuel Silva salientou que está a “trabalhar em todas as soluções” e que apresentou um programa para resolver os problemas de Coimbra e dos SMTUC em oito anos, que ainda está a meio.
“Recordo que foi, em agosto de 2021, que se fez a maior redução de sempre dos horários, quando o conselho de administração era constituído por uma vereadora do PS e outro do PCP, que votou a favor, porque já nem havia autocarros nem motoristas para cumprir o serviço”.
O autarca e recandidato ao cargo denunciou que não conseguiu trabalhar com o Governo socialista “de que fazia parte a candidata Ana Abrunhosa (coligação PS/Livre/PAN)”, que nunca respondeu à autarquia em dois anos e meio.
“Em quatro anos, fizemos mais do que qualquer executivo de sempre dos SMTUC fez. Não nos podem acusar de não estarmos a fazer nada. Nunca fizemos promessa nem demos prazos, mas estamos a trabalhar em soluções”, enfatizou.
O candidato acusou ainda os SMTUC de politização e os motoristas de abusarem de um direito democrático ao integrarem, às dezenas, várias listas aos órgãos autárquicos.
“Nunca aconteceu haver tantos trabalhadores e motoristas a fazerem parte de listas com a promessa de que têm direito a 15 dias de férias, pelo que há claramente um abuso da democracia que está a prejudicar as pessoas”, lamentou, dando o exemplo dos médicos que não podem fazer greve ao serviço de urgência.
Além de José Manuel Silva, são candidatos à Câmara de Coimbra nas eleições de domingo Francisco Queirós (CDU – coligação PCP e PEV); a ex-ministra Ana Abrunhosa, pela coligação Avançar Coimbra (PS/Livre/PAN); o ex-deputado José Manuel Pureza, pelo Bloco de Esquerda; Maria Lencastre Portugal, pelo Chega, Sancho Antunes, pelo ADN, e Tiago Martins, pela Nova Direita.
O atual executivo é composto por seis elementos da coligação Juntos Somos Coimbra, quatro do PS e um da CDU.
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