A aparição do prefeito de Coimbra de mão dada com a vereadora Ana Cortez Vaz, por ocasião da recente edição da Feira Medieval da cidade, foi um episódio de ilusionismo político.
Politicamente falando, a opção do alcaide em emparceirar com a autarca do PSD podia ser interpretada como falta de comparência da vereadora Ana Bastos (Somos Coimbra), dando azo a especulações de hipotética inexistência de recandidatura da mulher do urbanismo.
PUBLICIDADE
Por outro lado, tendo presente que havia sido dada como improvável a continuidade de Ana Cortez Vaz, o instantâneo parecia atestar que a social-democrata tinha aval do alcaide para se recandidatar.
A aparição pública de José Manuel e Ana, em trajes festivos, permitia adverti-lo que não tinha recuo.
Parecia não ter, mas teve. Aparentemente, a vereadora recua do quinto para o sétimo lugar da lista da coligação “Juntos Somos Coimbra”.
Quanto a lugares naquela lista, o líder concelhio do PSD, João Francisco Campos, ingressa no posicionado imediatamente abaixo do pódio. Trata-se de um quarto dotado de vista… para a liderança camarária a disputar em 2029.
Do lado do projecto “Avançar Coimbra”, que patrocina a lista encabeçada por Ana Abrunhosa com o intuito de apear José Manuel, o final de Julho também fica marcado por uma fífia.
Helena Freitas, mandatária da candidata, perfila-se para a Assembleia Municipal de Famalicão, opção encarada por alguns socialistas como um gesto de desamadrinhamento em relação a Ana Abrunhosa.
Ciente das interpretações, Helena reitera acompanhar a candidatura da ex-ministra à Câmara de Coimbra “com entusiasmo e confiança”.
“Acredito profundamente que a coligação [Avançar Coimbra] tem capacidade de transformar e de devolver à cidade o protagonismo, a pujança e o cuidado que ela merece”, alega a mandatária de Ana Abrunhosa (independente apoiada pelo PS).
Pode Helena Freitas acumular a função de mandatária com a aspiração de vir a presidir à AM de Famalicão? Pode, mas não é a mesma coisa…
PUBLICIDADE