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Joe Biden só na terça-feira é que soube que o chefe do Pentágono tinha cancro da próstata

Notícias de Coimbra com Lusa | 4 meses atrás em 10-01-2024

 O secretário da Defesa, Lloyd Austin, foi diagnosticado com cancro da próstata há um mês, mas o presidente dos EUA, Joe Biden, só foi informado da situação na terça-feira de manhã.

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Biden também desconhecia que a razão que levou o chefe do Pentágono a estar hospitalizado desde há dias é a de ter sofrido uma infeção urinária, depois de ter sido operado pelo cancro da próstata de que padece, informou um dos porta-vozes da Casa Branca, John Kirby.

A polémica sobre a hospitalização continuou hoje acesa, com novas revelações sobre o estado de saúde de Austin, o primeiro afro-americano a dirigir a Defesa dos EUA imediatamente abaixo de Biden na linha de comando.

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Em comunicado difundido na terça-feira, os médicos que estão a tratar o secretário de Defensa no Centro Médico Militar Nacional Walter Reed, onde está internado, divulgaram as razões da sua hospitalização, que incluiu uma permanência na unidade de cuidados intensivos.

No dito comunicado, os médicos explicaram que, durante exames de rotina feitos no início de dezembro, detetaram que Austin padecia de cancro da próstata e requeria tratamento.

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Em resultado, em 22 de dezembro, Austin foi internado no ‘Walter Reed’ nos arredores de Washington, para ser submetido a uma intervenção cirúrgica “minimamente invasiva”, designada como prostatectomia, destinada a tratar o cancro da próstata.

Na ocasião, Austin esteve sob anestesia geral, permanecendo inconsciente sem que a Casa Branca fosse informada, revelou Kirby, em conferência de imprensa na terça-feira.

No dia seguinte, Austin regressou a casa. Mas na noite de 01 de janeiro voltou ao hospital, devido a complicações derivadas da operação, que incluíram náuseas e dor intensa no abdómen, na anca e nas pernas, detalharam os médicos.

Os exames revelaram que Austin estava com uma infeção urinária, pelo que se decidiu em 02 de janeiro transferi-lo para a unidade de cuidados intensivos (UCI).

O Pentágono informou na segunda-feira que Austin já tinha saído da UCI, mas não se revelou a duração de tempo em que Austin precisou destes cuidados.

O Pentágono informou, entretanto, que o secretário da Defesa retomou as suas funções na noite de 05 de janeiro. Desde então, tem estado a receber informação operacional, a emitir ordens e a supervisionar a situação no mundo, incluindo a guerra na Ucrânia e o perigo de um conflito em grande escala no Médio Oriente.

A hospitalização gerou controvérsia, por Austin só ter informado Biden sobre o seu internamento em 04 de janeiro, três dias depois de ter sido internado, e o Pentágono só emitiu um comunicado sobre a situação em 05 de janeiro.

Austin não fez qualquer autocrítica. Em 06 de janeiro reconheceu entender as preocupações com a transparência e admitiu que podia “ter feito um melhor trabalho” e garantir que o público estivesse devidamente informado.

Apesar das críticas pela falta de transparência, o Pentágono indicou na terça-feira que Austin não tem intenção de se demitir.

Além disso, a Casa Banca expressou o seu apoio ao secretário da Defesa, desejando-lhe rápidas melhoras.

Contudo, a Casa Branca reconheceu que Biden teria gostado de estar informado sobre os problemas de saúde de Austin, um general de quatro estrelas com um caráter reservado e que prefere não “perturbar” outros com os seus problemas, segundo meios locais.

De forma específica, a Casa Branca revelou que o Pentágono esperou até à manhã de terça-feira para informar o chefe de gabinete de Biden, Jeffrey D. Zients, do cancro de Austin, e que o presidente foi informado de imediato.

Portanto, até terça-feira Biden não sabia a razão pela qual Austin estava internado, desde a semana passada, no ‘Walter Reed’.

Não existem regras fixas sobre a gestão destas situações, mas, em resultado desta controvérsia, o Pentágono anunciou na terça-feira que vai fazer uma revisão interna para melhorar a sua transparência.

De forma mais geral, a Casa Branca enviou um ‘memorando’ aos membros do governo, instando-os a informar o presidente em caso de não poderem cumprir as suas funções.

Austin, de 70 anos, continua hospitalizado e o Pentágono não informou sobre quando poderia ter alta.

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