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Política

Jerónimo de Sousa diz que Orçamento Suplementar fez “opção clara” pelos interesses do grande capital

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 04-07-2020

O secretário-geral do PCP defendeu hoje que o Orçamento do Estado suplementar aprovado sexta-feira para reagir às consequências da pandemia de covid-19 reflete “uma opção clara pelos interesses do grande capital”, negligenciando respostas imediatas aos trabalhadores em dificuldades.

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Jerónimo de Sousa abordou o tema numa sessão comemorativa do centenário do nascimento de Mário Sacramento (1920-1969), partindo do exemplo desse “intrépido resistente antifascista e incansável combatente pela liberdade e democracia” para abordar como o seu exemplo “de intensa ação na vida prática” revela “lições para os combates de hoje”, sobretudo nas atuais e “mais exigentes” circunstâncias socioeconómicas da crise gerada pelo vírus SARS-CoV-2.

Referindo que estes são tempos de “agravamento de injustiças e desigualdades” porque “os trabalhadores são atingidos pelos efeitos da epidemia e pelo aproveitamento que fazem dela”, o líder dos comunistas criticou o Governo por, no seu Orçamento Suplementar, ter demonstrado que “escancarava as portas a medidas de favorecimento ao grande capital”.

Para Jerónimo de Sousa, o que se impunha era dar prioridade a “soluções mais imediatas de resposta aos problemas prementes que a atual situação reclama – desde logo o pagamento dos salários, a proibição dos despedimentos, o combate à pobreza, o alargamento da proteção social, o apoio aos rendimentos dos micro e pequenos empresários, o fortalecimento de serviços públicos como o Serviço Nacional de Saúde e reforço do investimento para a dinamização da atividade económica”.

Se o PCP votou contra o documento, foi porque essas são respostas a “problemas que o Governo não assumiu no seu Orçamento Suplementar”, cujo texto final “faz uma opção clara pelos interesses do grande capital”.

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Jerónimo de Sousa realça, aliás, que “o que falta em proteção social a centenas de milhares de portugueses – muitos dos quais desprovidos de meios de subsistência – sobra escandalosamente na parcela de apoio ao capital e aos grupos económicos”.

Exemplo disso, para o líder comunista, são também “os mais de 600 milhões de euros que [o Governo] se prepara para oferecer sobretudo às grandes empresas em nome de manterem a atividade e o que se propõe continuar a dar [-lhes] em isenções da Taxa Social Única”, em contraste com a sua “resistência e timidez quando se trata de afetar verbas para o apoio social, para os sócios-gerentes e para o conjunto dos micro e pequenos empresários”.

Para o PCP, a realidade atual “mostra que, na superação dos problemas do país, permanece a necessidade de abrir caminho a uma política que rompa com opções essenciais da de Direita, que o PS não abandonou”, pelo que “o presente e o futuro do povo terá que ser conquistado pela luta”.

A iniciativa em que Jerónimo de Sousa participou hoje, no Museu Marítimo de Ílhavo, constituiu uma homenagem a Mário Sacramento, médico e ensaísta que se destacou em meados do século XX como oposicionista do Estado Novo. Militou no PCP, que seria então a estrutura política mais organizada de Oposição ao regime de António Salazar, e chegou a ser preso cinco vezes pela política do Estado, a PIDE, no período entre 1938 e 1962.

Parte da sua obra literária, de índole neorrealista, foi inclusivamente produzida durante essas detenções, como aconteceu na Prisão de Caxias, onde Mário Sacramento escreveu o livro “Fernando Pessoa – Poeta da Hora Absurda”.

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