Política

Jerónimo de Sousa contra descentralizar sem dar condições às autarquias

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 14-05-2021

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou hoje no Porto “não ser sério falar-se de descentralização ao mesmo tempo que se mantêm as autarquias num lugar menor na gestão dos fundos comunitário”.

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“Não é sério falar de descentralização quando se mantêm também as autarquias num lugar menor na gestão dos fundos comunitários, quando se consolida a centralização como método e critério crucial nessa gestão”, criticou Jerónimo de Sousa perante cerca de 100 pessoas, na Praça D. João I.

Numa intervenção na apresentação dos cabeças-de-lista da CDU à Câmara do Porto, Ilda Figueiredo, e à Assembleia Municipal, Rui Sá, o dirigente comunista deixou também críticas “à democratização das CCDR [comissões de coordenação e desenvolvimento regional] que uniu PSD e PS”.

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Para o líder do PCP, o “chamado processo de democratização das CCDR que uniu PS e PSD não é mais do que uma manobra para iludir e justificar a ausência da regionalização garantindo a perpetuação de políticas centralistas e de comando sobre decisões e processos que reclamam uma participação efetivamente descentralizada”.

Neste contexto, alertou, as próximas eleições autárquicas “constituem uma batalha política de grande importância também pelo que podem contribuir para dar força à luta” da CDU “no plano nacional em defesa da melhoria das condições de vida do povo e pela solução dos grandes problemas do país”.

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“Há muitas batalhas a travar para garantir o que o país precisa. Há ainda e no imediato a do combate à covid-19 que não está vencida e que exige agir”, assinalou o político.

Jerónimo de Sousa reforçou que esse combate deve assentar em três direções: “Testagem massiva, definindo critérios e prioridades rigorosas; rastreio de todos os novos casos e contactos por estes realizados, com o reforço dos profissionais da estrutura de saúde pública e dar outra urgência e ritmo à vacinação de todos, onde faltam profissionais e a grande solução a prazo – as vacinas”.

Na sua intervenção a norte, Jerónimo de Sousa não esqueceu a Galp quando o tema foi “medidas e políticas para responder aos problemas dos trabalhadores atingidos pela arbitrariedade da exploração que tudo sacrifica à acumulação do lucro”.

“É o caso da Galp e do encerramento da refinaria de Matosinhos. Quantos milhões de euros recebe a Galp invocando a defesa do ambiente, para destruindo centenas de postos de trabalho, substituir produção nacional por importações e prejudicar assim gravemente o país? Muitos milhões!”, respondeu.

Avançando para sul, afirmou que “alguns descobriram agora Odemira! Uma situação que é apenas parte de uma realidade mais larga, onde a violação dos direitos dos trabalhadores, as manobras obscuras de empresas de trabalho temporário, as condições de habitação e de saúde degradadas, as máfias, são uma prática corrente que afeta milhares de trabalhadores e que atinge em particular imigrantes”.

“Não se pense que este é um problema apenas do setor agrícola ou de uma só região. Não! A situação atravessa várias regiões do país e vários setores. Nos grandes centros urbanos temos agora as novas praças de jorna digitais, onde as plataformas e muitas das empresas que promovem o teletrabalho navegam a seu bel-prazer, sem restrições ou limitações a uma exploração brutal, garantindo lucros de milhões em todos os carrinhos das atividades que articulam”, acrescentou.

Sobre a influência da ação comunista no Orçamento de Estado, Jerónimo de Sousa contabilizou “um milhão e duzentos mil pensionistas com aumento de pensões. Trezentos mil trabalhadores em ‘lay-off,’ que com o Orçamento Suplementar de 2020 tinham os salários cortados e que com a proposta do PCP têm os salários pagos por inteiro” e ainda que “são agora 18.927 as crianças com creche gratuita.

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