Kokichi Akuzawa entrou para o Guinness World Records ao atingir o cume da montanha mais alta do Japão. A aventura exigiu treino rigoroso, determinação e apoio familiar.
Aos 102 anos, o japonês Kokichi Akuzawa tornou-se oficialmente a pessoa mais velha de sempre a escalar o Monte Fuji, feito agora reconhecido pelo Guinness World Records. A subida ao cume, a 3.776 metros de altitude, foi concluída no passado dia 5 de agosto, após meses de preparação e esforço físico.
Akuzawa não esteve sozinho. Escalou acompanhado da filha Motoe, de 70 anos, da neta, do genro e de quatro amigos de um clube de montanhismo local. O grupo acampou durante duas noites na montanha antes de completar a derradeira subida ao topo.
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Apesar do espírito aventureiro, Akuzawa confessou ter ponderado desistir a meio do percurso. “Estive mesmo tentado a parar. Foi muito difícil chegar ao cume, mas os meus amigos incentivaram-me e correu tudo bem. Consegui graças ao apoio de todos”, declarou à agência Associated Press.
Não é a primeira vez que o veterano montanhista surpreende: em 2018, já tinha batido o recorde anterior ao subir o Fuji com 96 anos. Desde então, enfrentou problemas cardíacos, uma infeção por herpes-zóster e lesões provocadas por uma queda durante uma escalada — mas nada o demoveu de regressar à montanha que o fascina há quase nove décadas.
Durante três meses antes da nova escalada, Akuzawa acordava diariamente às 5 da manhã para fazer caminhadas de uma hora e subia, pelo menos, uma montanha por semana, na região de Nagano, no centro do Japão.
Na sua casa em Maebashi, a cerca de 240 quilómetros de Tóquio, rodeado de quadros de montanhas que pinta, Akuzawa recorda o que o levou a começar a escalar, há 88 anos. “Subo porque gosto. E é fácil fazer amigos na montanha”, disse, com a ajuda da filha Yukiko, de 75 anos, que o auxilia devido à sua dificuldade auditiva.
De perfil multifacetado, foi engenheiro de motores e, mais tarde, inseminador artificial de gado, profissão que manteve até aos 85 anos. Atualmente, continua ativo: faz voluntariado num centro de apoio a idosos durante as manhãs e dá aulas de pintura no seu estúdio caseiro.
Sobre futuras escaladas ao Fuji, Akuzawa é cauteloso. “Gostava de escalar para sempre, mas talvez não volte a conseguir.” Por agora, brinca que o seu limite está “ao nível do Monte Akagi”, um cume com menos de metade da altura do Fuji.
A próxima aventura poderá ser artística: as filhas desafiaram-no a pintar o Monte Fuji ao nascer do sol, como nova peça para a coleção de paisagens montanhosas que cobre as paredes da sala.web
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