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Japão bate recorde mundial da velocidade da Internet

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 22 horas atrás em 18-07-2025

Um novo recorde mundial na transmissão de dados foi alcançado por cientistas no Japão. O Instituto Nacional de Tecnologia da Informação e Comunicação (NICT) conseguiu enviar mais de 125.000 gigabytes por segundo através de um cabo de fibra óptica — e isso a uma distância superior à que separa Nova Iorque da Florida. Um feito tecnológico que pode mudar o futuro da internet como o conhecemos.

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A velocidade alcançada, de 1,02 petabits por segundo, mais do que duplica o recorde anterior e é mais de 3 milhões de vezes mais rápida do que a média das ligações residenciais nos Estados Unidos. Àquela velocidade, seria possível descarregar toda a biblioteca da Netflix em menos de um segundo ou todo o Internet Archive — com milhões de livros, vídeos e páginas — em menos de quatro minutos.

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O avanço foi apresentado em abril deste ano, na Conferência de Comunicação por Fibra Óptica, em São Francisco, nos Estados Unidos.

Para compreender o que torna este feito tão revolucionário, imagine a internet como uma autoestrada. Atualmente, a maioria dos dados viaja por “estradas de faixa única”, ou seja, fibras ópticas tradicionais. O que os investigadores do NICT fizeram foi criar uma superestrada com 19 faixas no espaço de um único cabo.

Esse novo cabo contém 19 núcleos óticos individuais, todos agrupados num fio com apenas 0,125 milímetros de largura — a mesma espessura dos cabos normais que atravessam oceanos e arranha-céus.

Isto é especialmente relevante porque permite compatibilidade com a infraestrutura existente, tornando a adoção da nova tecnologia muito mais viável e económica, pode ler-se no ZME Science.

A equipa testou a transmissão de dados ao longo de 1.700 quilómetros, simulando distâncias reais de cabos transcontinentais. Para conseguir isso, usaram amplificadores ópticos avançados e tecnologias que evitam a perda de sinal, uma das principais dificuldades nas comunicações de longa distância.

Segundo o relatório do NICT, o resultado “representa um grande passo no desenvolvimento de redes escaláveis e de alta capacidade, essenciais para acompanhar a procura global crescente por dados”.

A nossa experiência quotidiana com a internet — desde streaming, backup de fotos, chamadas de vídeo ou até carros autónomos — depende de uma infraestrutura de dados cada vez mais exigida. Com o consumo a crescer exponencialmente, avanços como este são fundamentais para garantir que o mundo digital continua a funcionar sem falhas.

Substituir os mais de 1,4 milhões de quilómetros de cabos submarinos de fibra óptica espalhados pelo planeta seria inviável. Mas adaptar essa infraestrutura com cabos mais potentes no mesmo formato físico é a chave para o futuro.

Apesar da conquista, o recorde ainda precisa de verificação independente e podem demorar alguns anos até esta tecnologia chegar ao mercado. Ainda assim, o salto tecnológico é evidente: em apenas dois anos, a equipa japonesa duplicou a capacidade e triplicou a distância de transmissão.

Estamos cada vez mais perto de uma internet revolucionariamente rápida — e quando ela chegar, poderá transformar tudo: da forma como comunicamos à forma como vivemos, trabalhamos e nos ligamos ao mundo.

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