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Investigadores ligados à Universidade de Coimbra entre os vencedores de bolsas do Conselho Europeu de Investigação

Dois cientistas da Universidade Coimbra estão entre os vencedores das prestigiadas bolsas “Prova de Conceito” do Conselho Europeu de Investigação. O reconhecimento internacional traz financiamento e reforça o papel da ciência feita na cidade.
Portugal foi contemplado com quatro novas bolsas atribuídas pelo Conselho Europeu de Investigação (ERC). Entre os premiados estão dois nomes com ligação à região de Coimbra: o investigador Paulo Rocha, da Universidade de Coimbra, e Gonçalo Castelo Branco, natural de Cantanhede e licenciado em Bioquímica pela Universidade de Coimbra.
Cada projeto receberá 150 mil euros e terá 18 meses para avançar no desenvolvimento de soluções com impacto económico, social ou tecnológico. As bolsas são atribuídas apenas a cientistas que já tenham sido financiados anteriormente pelo ERC e distinguem propostas com forte potencial de inovação, informa O Público.
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Paulo Rocha, investigador no Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra, lidera um projeto que pretende detetar bactérias perigosas em tempo real em reservatórios de água potável e em tanques de aquacultura. A tecnologia pode vir a poupar milhões de euros em custos de tratamento e evitar perdas na produção alimentar.
“O nosso sistema recorre a espumas de poliuretano ultra-sensíveis, capazes de identificar microorganismos com precisão e rapidez sem precedentes”, explica o investigador àquele jornal. O protótipo, chamado Protege, será agora testado em condições reais, incluindo reservatórios e zonas de aquicultura em mar aberto.
Com a crescente preocupação sobre a qualidade da água e segurança alimentar, o projeto de Paulo Rocha coloca a Universidade de Coimbra na linha da frente da biotecnologia aplicada.
O segundo investigador é Gonçalo Castelo Branco, natural de Cantanhede e licenciado em Biologia Celular e Molecular pela Universidade de Coimbra. Atualmente radicado na Suécia, no prestigiado Instituto Karolinska, lidera um projeto na área da epigenómica, com foco na metilação do ADN – um processo associado a doenças como o cancro ou a esclerose múltipla.
“O nosso objetivo é desenvolver uma ferramenta mais acessível para identificar padrões de metilação, atualmente difíceis e caros de analisar”, afirma o investigador ao Público. O novo método, chamado Metland, poderá facilitar o diagnóstico e a investigação de doenças complexas, com potencial impacto na medicina personalizada.
A atribuição destas bolsas reforça a excelência científica associada à Universidade de Coimbra, tanto na investigação local como na formação de talentos que brilham além-fronteiras.
Num total de 150 bolsas atribuídas a cientistas em 21 países europeus, duas têm selo coimbrão, o que evidencia o papel da região na ciência de ponta feita na Europa.
Além de Paulo Rocha e Gonçalo Castelo Branco, foram também premiados Joana Gonçalves de Sá (LIP/Universidade Nova de Lisboa) e Michael Orger (Fundação Champalimaud, Lisboa), com projetos nas áreas da inteligência artificial, algoritmos e neurociência.
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