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Investigadores de Coimbra estão a criar “caminhos frescos” para reduzir calor em Lisboa

Notícias de Coimbra com Lusa | 21 horas atrás em 31-07-2025

Imagem: depositphotos.com

Investigadores da Universidade de Coimbra estão a estudar soluções para tornar Lisboa e outras quatro cidades europeias mais frescas, num projeto para reduzir o calor extremo sobre residentes e visitantes através da criação de percursos com jardins e sombras.

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A cidade de Lisboa é um dos casos do estudo-piloto no projeto “Cool Noons”, coordenado cientificamente em Portugal por investigadores da Universidade de Coimbra e que está a procurar estabelecer “caminhos frescos” nas cidades, através de “percursos em que a existência de jardins e de sombra proporcionam uma experiência mais agradável a residentes e turistas”, revelou hoje a Universidade de Coimbra (UC), num comunicado.

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O “Cool Noons” está a decorrer em mais quatro cidades da zona mediterrânica: Budva (Montenegro), Dubrovnik (Croácia), Imola (Itália) e Marselha (França).

Segundo a equipa, coordenada pela investigadora do Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT), Ana Maria Caldeira, “as cidades enfrentam um cenário de risco para o turismo e para qualidade de vida urbana, em particular as atividades ao ar livre, como é o caso das atividades turísticas ou de lazer”, devido “às ondas de calor cada vez mais intensas e frequentes”.

O estudo do conforto térmico dos residentes e dos visitantes, particularmente nos meses de verão, pretende executar “medidas eficazes de refrescamento dos percursos urbanos mais utilizados, em particular nas horas mais quentes do dia, através de soluções inovadoras, de base natural”, acrescentaram os investigadores.

Em Lisboa, a equipa da UC está a colaborar com a Câmara Municipal no estudo do impacto dos caminhos frescos selecionados pela autarquia e “no teste de soluções de refrescamento que vão ser iniciadas em breve em Alvalade e em Monsanto”.

Os investigadores estão a recolher dados relativamente aos impactos da temperatura do ar sobre os visitantes da cidade e aos benefícios destes “caminhos frescos”, junto de turistas e residentes, antes de coordenar a avaliação científica dos potenciais benefícios das intervenções de teste a serem executadas.

Além da identificação de percursos mais frescos, nestes percursos das cidades envolvidas estão a ser criadas zonas pedonais sem tráfego, instalados toldos de sombra, plantadas árvores e colocadas mesas de piquenique com proteção solar e de floreiras.

No Museu Marítimo de Dubrovnik está a ser testada uma aplicação de realidade aumentada para atrair visitantes para espaços de refrescamento, como forma de combater não apenas o calor, mas também o congestionamento das atrações centrais destas cidades.

Segundo o comunicado, a equipa da UC “espera que este projeto possa contribuir para pensar o futuro das cidades e a sua adaptação às alterações climáticas, nomeadamente em ações de planeamento e ordenamento urbano.

O projeto “Cool Noons” é financiado com mais de 1,8 milhões de euros pelo programa Interreg Euro-MED, da Comissão Europeia, sendo liderado pela Agência das Cidades e Territórios Mediterrânicos Sustentáveis (no original, Agence des Villes et Territoires Méditerranéens Durables), juntando nove parceiros de cinco países.

O projeto (disponível em https://coolnoons.interreg-euro-med.eu/) vai estar em curso até setembro de 2026.

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