Política

Iniciativa Liberal diz que Governo não tenciona voltar a confinar atividades económicas

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 23-11-2021

A Iniciativa Liberal saudou hoje que o Governo não pretenda voltar a confinar as atividades económicas devido à pandemia com restrições como impôs no passado, divergindo sobre a possível exigência de certificados ou testes sem decisão dos promotores.

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“Fiquei agradado com o facto de não haver da parte do Governo a intenção de voltar a confinar as atividades económicas e proceder a restrições idênticas às que já tivemos no passado”, disse o presidente da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, à saída da reunião com o primeiro-ministro, António Costa.

Para os liberais, “outro ponto positivo foi o facto de, pela primeira vez, aquilo que o Governo que tem designado por autoavaliação de risco ter um papel bastante mais importante do que teve no passado”.

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“As divergências tiveram a ver com o facto de o Governo continuar a achar que é uma possibilidade exigir certificados ou testes para determinadas atividades sem que isso seja decidido pelos próprios promotores dessas atividades, mas sim imposto centralmente”, criticou.

Na perspetiva de João Cotrim Figueiredo, a “gestão de pandemia não se pode fazer só por medo daquilo que correu mal e por uma permanente insegurança” em relação aos dados recolhidos.

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“A situação pandémica é muito diferente, a cobertura vacinal é muito diferente, a informação das pessoas é muito diferente do que era há um ano, portanto, as medidas não podem ser as mesmas e, nesse sentido, estamos satisfeitos que não haja vontade de confinar atividades económicas, alterar horários, de limitar lotações, mas isso não também não pode levar ao ponto de exigir testes feitos à porta ou com menos de 24 ou 48 horas para uma série de atividades que devem ser os próprios promotores dos eventos a decidir”, afirmou.

O deputado único liberal considerou que, “ao exigir testes para determinados eventos, como o caso da restauração, eventos culturais ou eventos religiosos” está-se ” novamente a dizer que aquilo que estava no certificado, que a cobertura e a proteção vacinal não é suficiente”, o que é uma “mensagem errada”.

Outro tema sobre o qual a delegação da Iniciativa Liberal esteve a “debater longamente” com António Costa foi “o aspeto da informação e da comunicação relativamente ao que se está a passar em termos pandémicos”.

“As pessoas têm que continuar a ter noção de que a vacina é eficaz, sobretudo no que respeita a evitar internamentos e consequências graves da doença. A informação é importante no sentido de voltar a realçar a importância da boa ventilação, por exemplo, um tema pouco falado até aqui”, apontou.

Cotrim Figueiredo defendeu que a matriz de risco seja redesenhada já que “em alguns aspetos essenciais está desatualizada”, sendo um deles “o ponto de rutura do SNS”.

“Não houve preparação suficiente, o SNS não se preparou para os picos da gripe sazonal e também agora de covid e, portanto, estamos a correr atrás do prejuízo mais uma vez”, criticou.

Outra nota deixada pelo líder liberal à comunicação social foi que, no encontro com o Governo, “foi levantada uma questão formal”.

“Não havendo um parlamento em plenitude de funções a partir da sua dissolução, as decisões que se tomarem agora e o enquadramento dessas decisões terão de ser as mesmas até voltar a haver parlamento, que será algures na segunda metade de fevereiro previsivelmente. Portanto, isso levanta um problema formal que há de ter que ser resolvido”, explicou.

Segunda-feira, em entrevista à agência Lusa, Cotrim Figueiredo já tinha rejeitado quaisquer restrições que voltem a afetar a economia porque a solução para combater a pandemia de covid-19 passa por acelerar a vacinação e a testagem gratuita, bem como medidas individuais de proteção.

Hoje, antes de iniciar esta ronda com os partidos, numa breve declaração aos jornalistas à margem do 9.º Congresso Nacional dos Economistas, em Lisboa, António Costa recusou antecipar novas medidas para conter a pandemia de covid-19, remetendo um eventual anúncio para quinta-feira, quando se reúne o Conselho de Ministros, e depois de consultados os partidos.

“Hoje não é dia de falar, hoje é dia de ir ouvir os partidos, amanhã continuar a ouvir os partidos e quinta-feira falarei”, disse o primeiro-ministro.

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