Este ano, sentar-se à mesa na noite da Consoada vai pesar um pouco mais na carteira dos portugueses. A tradicional ceia de Natal, onde o bacalhau cozido com todos continua a ser presença obrigatória em muitas casas, está mais cara do que em 2024, acompanhando a subida generalizada dos preços dos alimentos.
De acordo com dados da DECO PROteste, o preço do bacalhau graúdo aumentou quase 3 euros por quilo no último ano, fixando-se atualmente num dos valores mais elevados desde que a associação começou a monitorizar o cabaz alimentar. A apenas duas semanas do Natal, um quilo pode custar 16,87 euros, o que representa uma subida de 2,92 euros (cerca de 21%) face ao ano passado.
A tendência de aumento tem sido constante ao longo de 2025 e poderá intensificar-se com a aproximação das festas, como mostram os dados mais recentes: só nas duas últimas semanas o preço voltou a subir. Comparando com anos anteriores, a diferença é ainda mais expressiva. Em dezembro de 2022, o quilo de bacalhau custava 12,64 euros; em 2023, 12,94 euros — valores cerca de 30% a 33% mais baixos do que os atuais. Apenas em novembro deste ano se registou um preço superior ao atual, quando o quilo chegou aos 17,09 euros.
Cabaz de Natal sobe pelo terceiro ano consecutivo
O impacto não se fica pelo bacalhau. Um cabaz alimentar de Natal composto por 16 produtos essenciais, como bacalhau, peru, couve, vinho ou azeite, custa este ano 54,53 euros. Isto representa um aumento de 1,70 euros (mais 3,22%) face a dezembro de 2024. Em comparação com 2023, a subida é de 2,66 euros, e relativamente a 2022, o cabaz ficou 7,57 euros mais caro, um aumento superior a 16%.
Abacaxi, couve e batata-vermelha lideram as subidas recentes
Na última semana analisada, sete dos 16 produtos do cabaz registaram aumentos de preço. O abacaxi foi o que mais encareceu, com uma subida de 17%, passando de 1,44 para 1,68 euros por quilo. A couve aumentou cerca de 5%, custando agora 1,47 euros por quilo, enquanto a batata-vermelha subiu 3%, para 1,40 euros por quilo.
Do lado das descidas, o destaque vai para o chocolate para culinária, que baixou 22 cêntimos numa semana, fixando-se nos 3,86 euros. Ainda assim, continua a ser o produto que mais encareceu ao longo do último ano.
Dez produtos mais caros do que em 2024
A comparação com o ano passado revela que dez produtos do cabaz de Natal estão mais caros, contribuindo para uma ceia mais dispendiosa. Além do bacalhau e do chocolate para culinária, destacam-se os ovos, o abacaxi e a perna de peru. A meia dúzia de ovos custa agora 2,12 euros, mais 28% do que há um ano. O abacaxi subiu 18%, e a perna de peru custa 5,69 euros por quilo, mais 10% do que em 2024.
Como poupar nesta quadra festiva
Apesar das subidas, ainda é possível reduzir a fatura no supermercado. Comparar preços por quilo, litro ou unidade entre marcas e supermercados pode fazer a diferença. Recorrer a simuladores de preços online permite identificar o supermercado mais barato no seu concelho e planear as compras de forma mais eficiente.
Neste Natal, a palavra de ordem é planeamento. Com escolhas conscientes e alguma pesquisa, é possível manter a tradição à mesa sem comprometer em demasia o orçamento familiar.
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