Os últimos dias têm sido de destruição em Pedras Lavradas, no cruzamento que liga a Covilhã a Alvoco da Serra.
O fogo, proveniente do incêndio no Piódão, já considerado o maior do país, deixou uma paisagem totalmente queimada e provocou pânico entre residentes e comerciantes.
O café-restaurante Pedras Lavradas, ponto de referência da região, ficou cercado pelas chamas. Cláudio, que estava no exterior do estabelecimento, descreveu o cenário: “Foi um inferno na terra, ele veio dali com uma força. Nunca antes visto. Em 32 anos nunca vi uma coisa assim. Nem nunca pensei ver. Espero nunca mais voltar a ver.”
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O restaurante sobreviveu, apesar do fogo ter passado por cima do edifício. “Estávamos com medo que pegasse no telhado, porque isto aqui é feito de esferovite, mas acabou por nem pegar e partiu só alguns vidros,” explicou Cláudio. A falta de meios para combater o incêndio tornou a situação ainda mais dramática: “Os bombeiros poucos estavam aqui, fugiram, só ficou uma carrinha de sapadores, mas eles não conseguiram fazer nada, tiveram que vir para trás… Foi um inferno na terra mesmo.”
Após a passagem do fogo, a equipa do restaurante refugiu-se dentro do espaço devido à densidade do fumo: “Não dava para respirar. Houve um momento que tivemos de entrar mesmo para o restaurante, já não tínhamos mais hipótese.”
Rui, da gerência do restaurante, destacou o impacto do incêndio sobre o turismo local: “Estamos a passar uma fase difícil no restaurante, pouco ou nada de pessoas vamos ter.” Apesar das dificuldades, mantém a esperança de recuperar: “Que as pessoas tenham bom senso, que a culpa não foi nossa e que venham dar apoio.”
O incêndio consumiu grande parte da vegetação da região, com focos ativos ainda visíveis na Serra da Estrela e em Loriga. A estrada local permanece condicionada, dificultando o acesso a turistas e habitantes. A comunidade enfrenta agora os desafios da reconstrução e da recuperação da atividade económica e turística.
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