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Indústria automóvel pede à Europa que abrande o “tsunami de padrões”

Notícias de Coimbra com Lusa | 1 ano atrás em 30-11-2023

O lóbi europeu da indústria automóvel pediu esta quarta-feira às instituições europeias que abrandem o ritmo das novas regulamentações no setor, denunciando um “tsunami de normas” e pedindo “uma estratégia industrial coerente de longo prazo”.

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Entre CO2, baterias elétricas ou segurança, são esperadas oito ou nove normas por ano até 2030, alertou o presidente da Associação dos Fabricantes Europeus de Automóveis (ACEA), Luca de Meo, também diretor-geral do grupo Renault.

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Segundo a ACEA, as instituições europeias devem “adotar um ritmo regulatório mais razoável” e continuar a desenvolver “uma estratégia industrial coerente de longo prazo”.

O Acordo Verde Europeu deve ser priorizado e o resto revisto, frisou Luca de Meo numa conferência de imprensa em Bruxelas, sublinhando que um quarto dos seus engenheiros estão ocupados a cumprir estes padrões.

A ACEA emitiu cinco recomendações num manifesto para a indústria automóvel, publicado esta quarta-feira e assinado pelos líderes dos grupos Volkswagen, Toyota, BMW, Hyundai e Ferrari.

Com a proibição da venda de automóveis novos com motores térmicos (gasolina ou diesel) a partir de 2035, as instituições europeias exigem uma mudança histórica dos automóveis para os carros elétricos.

“Somos a indústria mais empenhada na sua descarbonização (…) Ninguém na indústria automóvel duvida que devemos avançar para emissões zero [de gases tóxicos]. É também uma oportunidade para reinventarmos o nosso negócio”, salientou Luca de Meo.

O sucessor de Carlos Ghosn à frente da Renault pede à Europa que “garanta condições iguais de concorrência no mercado para os automóveis fabricados na Europa de forma justa”, face à concorrência dos automóveis elétricos chineses e norte-americanos, sejam estes BYD ou Tesla.

O seu nível de competitividade deverá ser igualado “no final da década” pelos “melhores intervenientes” na indústria europeia, segundo o líder da Renault. Até lá, medidas para proteger o mercado europeu “poderão ser úteis”.

Os fabricantes de automóveis vão baixar o preço do ‘bilhete de entrada’ para a tecnologia elétrica, oferecendo modelos mais pequenos, como o Renault 5 de 2024 e o Twingo a partir de então, mas também poderão inspirar-se nos ‘kei cars’ japoneses, pequenos carros citadinos que ‘escapam’ aos impostos.

Este responsável defende também que seja acelerada a implementação de postos de carregamento elétrico e de postos de hidrogénio, mas também alargar os bónus de compra e as vantagens fiscais para a aquisição de veículos menos poluentes.

“Cada subsídio removido empurra o mercado dramaticamente para baixo, ainda não é um mercado natural”, apontou Luca de Meo.

A ACEA também renovou esta quarta-feira o seu apelo à “neutralidade tecnológica”, apelando a “alternativas viáveis para combustíveis/substâncias específicas”, o que implica que os biocombustíveis e os combustíveis sintéticos podem desempenhar um papel cada vez maior.

O lóbi dos fabricantes europeus exigiu também que seja garantido ao setor o “acesso a matérias-primas críticas” através de “acordos de troca com outros estados”, enquanto as baterias dos carros elétricos são constituídas por numerosos materiais raramente extraídos na Europa, como o lítio, e frequentemente refinado na China.

Segundo a ACEA, a indústria automóvel representa 13 milhões de empregos na Europa e 7% do produto interno bruto da União Europeia (UE).

Luca de Meo foi reconduzido esta quarta-feira de manhã na presidência da associação para um segundo e último mandato de um ano, de acordo com os estatutos.

O segundo fabricante europeu, Stellantis (Peugeot, Fiat, Chrysler) deixou a ACEA em 2022 para criar a sua própria estrutura.

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