Incêndios: Agricultores exigem mais apoios do Governo

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 06-11-2017

Uma Comissão de Defesa dos Agricultores afetados pelos incêndios está a ser criada pela Associação Distrital do Agricultores de Coimbra (ADACO), cabendo-lhe reclamar junto do Governo por “eventuais atrasos” nos pagamentos aos lesados, anunciou hoje a associação.

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AGRICULTORES TÁBUA

Em comunicado, a ADACO afirma que, numa reunião com agricultores e produtores florestais afetados pelos incêndios de 15 e 16 de outubro, realizada em Tábua, no domingo, foi criticada “a incapacidade da Zona Agrária do concelho de responder aos inúmeros pedidos dos agricultores para preenchimento do formulário com a descrição dos prejuízos”.

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A delegação local de Tábua da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro (DRAPC) “só funciona dois dias por semana”.

Para a ADACO, “é urgente que o Ministério da Agricultura dote as zonas agrárias dos concelhos afetados pelos incêndios de outubro de meios humanos, de forma a responder às solicitações dos agricultores”.

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Na Zona Agrária de Tábua, “os agricultores fazem fila a partir das quatro horas da manhã”, sendo “inaceitável que a DRAPC saiba da situação e não tome medidas”, acentua.

Na reunião, em Midões, em que foram discutidas as candidaturas aos apoios anunciados pelo Governo, os cerca de 100 agricultores presentes também “denunciaram os avultados prejuízos agrícolas na região”.

“Em relação aos prejuízos florestais, os preços pagos pela madeira aos produtores é muito baixo. É urgente que o Governo crie mecanismos de apoio financeiro para que a indústria pague a madeira a preços mais compensadores”, refere.

Para a associação, “não é com as anunciadas linhas de crédito bonificado para a instalação e comercialização da madeira que se resolve a situação”.

A ADACO reclama “apoio financeiro a fundo perdido para a instalação de parques de receção e comercialização da madeira”, defendendo que, “para não inundar o mercado da madeira de pinho, o Governo deve concentrar a madeira de pinho queimada do Pinhal de Leiria num parque de receção, até que a situação se normalize”.

No concelho de Tábua, só nos territórios da União de Freguesias de Covas e Vila Nova de Oliverinha e da freguesia de Midões, “os prejuízos agrícolas ascendem a mais de 10 milhões de euros”, segundo a nota.

“Os presentes consideraram inaceitável que os prejuízos agrícolas só tenham apoio a 100% a fundo perdido até 5.000 euros”, sendo ajudados em apenas 50% quando os danos são superiores, enquanto “a indústria tem apoio de 85% a fundo perdido para prejuízos até 250 mil euros”.

“Há um tratamento desigual que penaliza os agricultores”, critica a ADACO, considerando que, “face aos elevados prejuízos, as verbas que o Governo manifestou disponibilizar não serão suficientes”.

Na sessão realizada em Midões, foram nomeados os primeiros três produtores para a futura Comissão de Defesa dos Agricultores.

A ADACO vai promover reuniões idênticas noutros concelhos do distrito de Coimbra afetados pelos últimos incêndios, em que serão indicados os restantes membros da

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