Incêndios podem ter provocado perceção de insegurança nos turistas

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 23-03-2018

O presidente do Turismo Centro de Portugal (TCP), Pedro Machado, disse hoje, em Coimbra, que é preciso encontrar soluções para combater os fatores críticos da insegurança e desinteresse causados pelos incêndios de 2017.

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pedro machado

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No VII Congresso de Estudos Rurais, subordinado ao tema “O rural depois do fogo”, promovido pela Escola Superior Agrária de Coimbra, o responsável salientou que a perceção de segurança dos mercados nacionais e internacionais é um fator crítico na atividade turística na região Centro, que foi a que mais cresceu em 2017.

“Ninguém viaja nem se desloca para um destino que à partida tem um risco de segurança. E o risco de segurança fez com que a Tunísia, Turquia e Egito há uns anos a esta parte tivessem perdido entre os 47 e os 49 para 07% de cota de mercado na atividade turística”, referiu Pedro Machado.

Outro fator crítico para o mundo rural, acrescentou, é o desinteresse do produto turístico afetado pelos incêndios.

“Se a minha primeira motivação para viajar para o Centro do país, para territórios como a Serra da Lousã, da Estrela, do Açor, da Gardunha, ardeu, o que vamos lá fazer”, questionou.

Para Pedro Machado, estes dois fatores críticos da perceção do destino “são aqueles que precisam hoje de encontrar soluções para combater”, salientando que o turismo é um ativo “muito forte na perceção do destino”.

O presidente da TCP defendeu ainda que é possível a partir da valorização do mundo rural e do património florestal construir novos produtos turísticos, que estão “em convergência com as tendências de mercado”.

“Percebemos hoje as motivações dos turistas e o crescimento na região Centro explica-se porque está em convergência com essas novas motivações: turismo ativo, património e cultura, gastronomia, contacto com a natureza e recursos naturais, aquilo que dizemos singularidade e diferenciação”, sublinhou.

Apesar dos fogos de 2017, Pedro Machado disse que o “tesouro que existe na região Centro” vai permitir “não só sustentar este crescimento como fazer com que ele cada vez mais, sem entrar em concorrência direta com Lisboa, Porto e Algarve, vá seguramente ter um crescimento acima da média nacional”.

No mundo rural “pode-se encontrar hoje novas complementaridades à procura turística para o desenvolvimento económico – isso faz-se com o turismo de natureza, turismo ativo e com o turismo cinegético”.

Ao encerrar a sua intervenção, o presidente da TCP apelou às comunidades do interior para que não desistiam do seu território e do mundo rural.

O VII Congresso de Estudos Rurais, subordinado ao tema “O rural depois do fogo”, decorre hoje e sábado, com a participação de diversos especialistas em áreas tão diversas como ordenamento do território, património florestal, agricultura, incêndios e turismo.

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