Coimbra
Incêndios: Movimento exige apoio para famílias abandonadas. Pedido vai entrar no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem
O Movimento Associativo de Apoio às Vítimas dos Incêndios de Midões (MAAVIM), “em defesa dos direitos dos Lesados e Vitimas dos Incêndios de Outubro de 2017, vem, 2 anos após o maior incêndio ocorrido em Portugal, alertar para que ninguém esqueça quem tudo perdeu nesses dias”.
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“Existem milhares de pessoas que nunca receberam nenhum dos apoios anunciados. E se muitos dizem que no interior não existem populações é porque não conhecem a realidade e nos querem calar, salienta o MAAVIM em comunicado enviado a Notícias de Coimbra.
Só exigimos o que a lei determinou, por negligência e abandono do Estado”
Nuno Tavares Pereira, porta-voz do MAAVIM denuncia que “existem milhares de agricultores que nunca receberam os apoios prometidos, mesmo tendo feito o requerimento indicado pelo MAFDR; Estão Milhões de Euros por entregar segundo a propaganda emitida pelo MAFDR; Existem ainda candidaturas por validar do 6.2.2., outras a serem chumbadas, passados 2 anos; Existem candidaturas por abrir, principalmente para o Restabelecimento do Potencial Produtivo da Floresta e apoio na Agricultura; Não existe programação para a nossa floresta e já temos o dobro das plantações de eucaliptos, que tínhamos antes de Outubro de 2017”.
Por tudo isto, o MAAVIM que saber para onde foram os 200 Milhões de Euros que vieram da União Europeia.
O movimento afiança que ainda não foram pagos 50% das candidaturas aprovadas na área da indústria e existem candidaturas de empresas com perdas, que foram chumbadas.
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Continuamos sem ter culpados. Nós não somos culpados, somos vítimas”
O MAAVIM garante que “estão mais de 1000 pessoas sem casa, que em Outubro de 2017 perderam tudo e a CCDRC chumbou os seus processos, enquanto outros têm habitações onde anteriormente não existiam”.
E pergunta: Se a desculpa é a legalização, então como foram outras construídas exatamente com os mesmos problemas, utilizando como desculpa para reprovar quem ficou sem nada a legalização?
Existem famílias que ficaram com a reconstrução a seu cargo e não recebem as despesas à meses e muitas das despesas foram consideradas elegíveis, recorda Nuno Tavares Pereira.
Existem crianças que, desde Outubro de 2017, ficaram sem casa e nunca mais foram para a Escola.”
Existem idosos que ficaram sem habitação e foram colocadas em lares, para não serem um “encargo”, denuncia o MAAVIM, acrescentando que as autarquias estão a usar milhões da União Europeia que eram para os Lesados dos Incêndios, para fazerem projetos, que serão inaugurados até Outubro de 2021 em verdadeiras campanhas politicas”.
As infraestruturas e o património estão completamente abandonados, mesmo estando previsto para isso apoios comunitários. Mas passaram 2 anos e continuamos com placas queimadas e estradas a cair por causa dos Incêndios de 2017. Existem outros edifícios e infraestruturas que estavam abandonados e agora são alvo de recuperações com dinheiro para os incêndios de 2017…”
O MAAVIM exige o apuramento da verdade, do que realmente foi gasto e de quem foi apoiado e reafirma que o seu “foco sempre foram as pessoas que nunca receberam ajuda, e por isso este mês de Outubro, 2 anos após os incêndios, entrará no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, em Estrasburgo um pedido de apoio a todas as famílias abandonadas, por falta de apoio do Estado Português e das entidades competentes”.
Não aceitamos que a região pareça que acabou de sair de uma guerra, conclui o MAAVIM.
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