Incêndios: Movimento de Tábua protesta em Lisboa

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 26-01-2018

Um movimento que representa vítimas dos incêndios de outubro no concelho de Tábua, vai manifestar-se, na próxima sexta-feira, em frente ao Ministério da Agricultura, em Lisboa, em protesto contra a “falta de apoio” do Governo.

PUBLICIDADE

capoulas santos

Em comunicado, o Movimento de Apoio às Vítimas dos Incêndios de Midões (MAAVIM) reivindica a abertura de plataformas e medidas de apoio à agricultura, às florestas e à habitação “até ao início de junho”, bem como a abertura de linhas de crédito para a execução de diversas candidaturas.

PUBLICIDADE

O movimento “pede medidas diretas para a recuperação das zonas afetadas pelos incêndios e não palavras de conforto e boa vontade de que está tudo bem”, sustenta o comunicado.

No texto, o MAAVIM elenca uma série de situações “detetadas no terreno”, que diz terem sido transmitidas em reuniões com a Presidência da República, a Assembleia da Republica, o Ministério da Agricultura e os partidos com assento parlamentar.

PUBLICIDADE

publicidade

“Não existe uma única habitação já construída no terreno e as que estão a ser construídas são com apoios particulares e de associações”, refere o movimento.

Para as habitações secundárias, que estão “todas sem medidas e apoios”, o MAAVIM reclama que sejam contempladas “no mínimo, com o apoio à construção dos telhados, paredes, portas e janelas para não acelerar o abandono rural e a desertificação”.

Exige também que os Planos Diretores Municipais (PDM) dos concelhos afetados sejam “imediatamente suspensos para reorganizar o território afetado e regularizar todas as infraestruturas afetadas”.

Na agricultura, o MAAVIM argumenta que os apoios “não chegaram a muitas pessoas, outros chegaram com cortes”, e contesta que as candidaturas tenham “a mesma tipologia das candidaturas normais”.

“As pessoas têm de efetuar a compra e o pagamento antecipadamente e só posteriormente podem receber o apoio, o que na maioria dos casos vai inviabilizar a sua realização”, explica.

“A população não tem sementes para semear de novo as terras para novas colheitas, não tem alimentação, nem animais, porque arderam ou morreram durante e após os incêndios”, acrescenta o movimento.

O MAAVIM diz ainda que os agricultores não têm dinheiro para efetuar o corte e limpeza das matas até 15 de março, data determinada pelo Governo: “Como podem cortar e limpar as matas para cumprir a lei, se não têm meios para tal?”, questiona.

Por outro lado, avisa que a floresta “está a degradar-se e sem qualquer investimento público até ao momento”, e que as vítimas que já começaram a receber indemnizações “são as de Pedrógão [dos incêndios de junho], de outubro nenhuma recebeu”.

Já na indústria, o MAAVIM diz que existem cerca de 431 mil euros de apoios até ao momento, mas que muitas “estão ainda à espera das decisões das seguradoras e do apoio do Estado e das candidaturas”, e que as medidas de apoio ao emprego “só abrem em março, cinco meses após os incêndios”.

Perante a situação, o movimento de apoio às vítimas dos fogos de outubro decidiu, em colaboração com a Confederação Nacional de Agricultura (CNA) e a Associação Distrital dos Agricultores de Coimbra (ADACO), manifestar-se na próxima sexta-feira, 02 de fevereiro, em frente ao ministério da Agricultura, assinalando a falta de resposta do Governo às propostas apresentadas a 15 de janeiro.

Related Images:

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE