Incêndios: Associação quer acabar com discriminação no apoio às empresas

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 15-03-2018

 A Associação das Vítimas do Maior Incêndio de Sempre em Portugal (AVMISP) insistiu hoje na necessidade “acabar com a discriminação” entre empresas dos municípios do interior devastados pelo incêndio de outubro de 2017.

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oliveira hospital

“O tema que temos de verbalizar com mais insistência é o da recuperação empresarial, que tem merecido muita discriminação”, disse à agência Lusa o presidente da AVMISP, Luís Lagos, frisando que “está na hora de acabar” com esse tratamento desigual.

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Segundo Luís Lagos, que citava informações da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), “bastam 20 milhões para apoiar todas as empresas a 85%, acabando com o limite de 235 mil euros de dano”, após o qual as empresas têm apenas direito a 70% de ajuda do Estado.

“Tivemos a informação de que os 100 milhões de euros aprovados em 2017 para o programa chegam para financiar todas as empresas a 85%”, declarou, frisando que “só falta mesmo a vontade política”.

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Concedendo o Estado às empresas ajudas de 85% dos prejuízos, “vamos acabar com a discriminação”, refere a associação em comunicado.

“Ao apoiarmos todas as empresas a 85% vamos conseguir um maior investimento numa região que tanto dele necessita”, além de “um maior nível de emprego”, contribuindo para que “muitas empresas não desistam” das atividades produtivas, acrescenta.

Cinco meses após “a maior catástrofe em destruição material a que o país assistiu nos últimos séculos”, que começou com uma ignição no concelho da Lousã, distrito de Coimbra, no dia 15 de outubro, a que se seguiram outras em diversos municípios do Centro, “o renascimento de toda uma região continua a aguardar”.

Os empresários do interior “são discriminados, no mesmo país e com o mesmo Governo, nas medidas em curso para a reconstrução da atividade económica”, acentua a associação, com sede em Oliveira do Hospital, distrito de Coimbra.

“Em junho, todas as empresas foram apoiadas a 85%, agora, neste interior da Beira Serra e Norte do país, os mesmos portugueses só merecem um apoio de 85% no dano até 235 mil euros e depois têm de se contentar com 70%”, lamenta a AVMISP.

A associação “encetou um diálogo com o Governo”, em fevereiro, a fim de “terminar com algumas injustiças que necessitam de ser verbalizadas por quem as sofre, sob pena de quem decide delas não dar conta”.

“Em diálogo com o Governo e com a CCDRC conseguimos perceber que a verba de 100 milhões de euros aprovada para o programa de apoio à recuperação empresarial é suficiente” para apoiar a 85% “todas as empresas” atingidas há cinco meses pelo fogo, conclui.

Na nota, a AVMISP assegura que “não é necessário pedir mais nenhum esforço aos portugueses”, nem “alocar mais dinheiro”, sendo a solução do problema apenas “uma questão de vontade política” do executivo de António Costa, designadamente do Ministério do Planeamento e das Infraestruturas, liderado por Pedro Marques.

“Em todos os apoios aprovados para dar cobertura à tragédia que a incúria do Estado trouxe ao nosso território (…), aquele em que subsiste maior discriminação e desigualdade, entre junho e outubro, é o que é dirigido à recuperação empresarial”, através do programa Repor – Reposição da Atividade Económica.

Para a AVMISP, cabe ao ministério de Pedro Marques “agir em conformidade”, tendo em conta que “cada minuto perdido é mais um investimento que deixa de ser feito”.

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