Coimbra

Inauguração da exposição “Nada acontece duas vezes” em Coimbra

Notícias de Coimbra com Lusa | 1 hora atrás em 06-05-2025

A curadoria é de Luiza Teixeira de Freitas, que integrou a equipa curatorial da bienal Anozero’17 – Curar e Reparar, ao lado de Delfim Sardo, e que agora regressa a Coimbra com esta nova colaboração com o CAPC (Círculo).

Inspirada no verso da poeta Wislawa Szymborska, a exposição “Nada acontece duas vezes” é inaugura no próximo dia 17 de maio, no Círculo Sereia, em Coimbra. Com curadoria de Luiza Teixeira de Freitas, a exposição reúne os artistas Pedro França e Raphaela Melsohn, com a proposta de uma reflexão sensível e não linear sobre o processo criativo, a ruína, a repetição impossível e a transformação. A exposição estará patente até 26 de julho de 2025, de terça a sábado, das 14:00 às 18:00, exceto feriados. A entrada é livre.

Distribuída ao longo de três salas do Círculo Sereia, “Nada acontece duas vezes” constrói um percurso sensível e fragmentado pelos processos criativos, pelas ruínas e pelas construções possíveis. Partindo da centralidade do desenho — ora como projeção metódica (Melsohn), ora como registo impulsivo (França) —, a exposição propõe uma convivência entre práticas divergentes, instaladas no espaço entre a repetição que nunca acontece, a ocupação do presente e a reinvenção a partir do erro. Entre bastidores da criação, ocupações físicas do espaço e desintegrações produtivas, a exposição desafia a ideia de obra fechada e celebra o processo artístico como campo de permanente transformação. Não conta uma história linear: sugere uma espiral de tentativas, desacertos e reinvenções — onde até um equivoco é matéria viva.

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Pedro França (Rio de Janeiro, 1983) é artista visual, escritor e curador. A sua prática explora o desenho, a performance, a instalação e a palavra, com foco no inacabado, no erro e na improvisação. Foi curador da 29.ª Bienal de São Paulo, colaborador da companhia teatral Ueinzz e tem exposto em diversas instituições e programas de residência no Brasil e no estrangeiro. Raphaela Melsohn (São Paulo, 1991) trabalha com escultura, instalação e performance, criando objetos e espaços que envolvem o corpo e questionam normas espaciais e sociais. É mestre em Artes Visuais pela Columbia University e participou em exposições e residências internacionais.  

Luiza Teixeira de Freitas é curadora independente. Trabalha também com coleções privadas e é fundadora da editora Taffimai. Faz parte do Conselho Consultivo da Delfina Foundation (Londres) do Conselho da Bidoun, NY e ainda do Conselho de Administração do Instituto Moreira Salles (Brasil). Em 2017, foi curadora adjunta de Delfim Sardo na bienal Anozero – Curar e Reparar, em Coimbra. Desenvolve também trabalho na área da saúde e é presidente da direção da Operação Nariz Vermelho.

A exposição integra ainda um projeto educativo em parceria com o Círculo, a LUFAPO e o Plano Nacional das Artes (PNA), promovendo o encontro entre artistas e alunos da Escola Secundária José Falcão. Esta semana, o programa inclui uma sessão com Pedro França na escola, no dia 6 de maio, das 10:00 às 11:00, e a oficina «Canteiro Pangeia», na sede da LUFAPO, no dia 8 de maio, das 10:00 às 13:00. A oficina propõe a criação coletiva em barro a partir do tema da migração, entendida não apenas na sua dimensão política, mas como deslocamento simbólico e transformação contínua. O barro — material ancestral, acessível e transformador — torna-se meio de expressão e ferramenta de construção de imaginários partilhados.

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