Improviso marca “percursos dos Cantores de Coimbra”

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 23-09-2017

“De Augusto Hilário a Zeca Afonso – Os percursos dos Cantores de Coimbra” foi anunciado pela Câmara Municipal de Coimbra (CMC) como uma das muitas propostas “propostas culturais para celebrar Património e Turismo junto dos cidadãos”. dispersos pontos da malha urbana e do concelho.

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“O périplo musical pelas ruas e becos da Alta de Coimbra, na senda de cantores e instrumentistas que contribuíram para a história da Canção de Coimbra, que unirá o fado de Augusto Hilário à música de Zeca Afonso, numa iniciativa organizada pela Associação dos Antigos Orfeonistas do Orfeon Académico de Coimbra, com o apoio da Câmara Municipal de Coimbra”.

Augusto Hilário, Edmundo Bettencourt, Zeca Afonso, Artur Paredes, António Nobre e Luis Goes foram”homenageados” com pequenos concertos nest dia 23 de setembro.

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A primeira etapa do percurso, programada para a “Rua da Trindade (antigo Largo do Observatório)”, acabou por se realizar num hotel vizinho, decerto porque alguém com “toda a cagança e  com todo espírito académico para compactuar com certas actividades artísticas” entendeu que o espaço privado era mais adequado para homenagear Augusto Hilário.

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Notícias de Coimbra decidiu não pactuar com estas “manobras artísticas” e optou por não entrar na unidade hoteleira para onde uma “guia”(não identificada) da CMC encaminhava o povo que pretendia assistir ao espectáculo ao ar livre nesta soalheira tarde de 23 de setembro.

Recordamos que Hilário nasceu em Viseu, em 1864, e aí faleceu ainda muito novo, com 32 anos, em 1896. Frequentou a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e foi autor de vários fados, destacando-se o conhecido Fado Hilário.

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O Grupo de Fados dos Antigos Orfeonistas protagonizou um bom momento  de homenagem a Edmundo Bettencourt.

A iniciativa decorreu no Largo da Sé Velha, em frente ao Café Óasis, prédio que ostenta uma placa onde se pode ler.

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Edmundo Bettencourt nasceu no Funchal, em 1889, e faleceu em Lisboa, em 1973. Estudou na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e, para além de ter sido autor e cantor de vários fados de Coimbra famosos, dos quais se destaca o célebre fado “Saudades de Coimbra”, também conhecido por “Do Choupal até à Lapa”.

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A terceira etapa do percurso estava aprazada para as Escadas da Sé Velha…onde a  essa hora decorria um casamento!

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Depois de um compasso de espera, o Coro dos Antigos Estudandante da Universidade de Coimbra encantou com canções de Zeca Afonso.

O momento fica marcado pela anárquica circulação e estacionamento de viaturas no Largo da Sé Velha, facto que impedia uma boa audição, pois estes e os outros artistas “cantaram sem microfones”.

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Lembramos que a casa onde viveu Zeca Afonso é mesmo em frente ao monumento onde se realizam as Serenata Monumental.

José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos nasceu em Aveiro, em 2 de Agosto de 1929, e faleceu em Setúbal, a 23 de Fevereiro de 1987.  Frequentou a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e pertenceu ao Orfeon Académico e à Tuna.

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O largo onde se situa o bar Quebra Costas, que fica junto  a uma casa assinalada com uma placa alusiva a Artur Paredes, serviu de palco a mais excelente momento protagonizado por Bruno Costa (guitarra) e Nuno Botelho (viola).

Artur Paredes nasceu em Coimbra, em 1899, e faleceu em Lisboa, em 1980. É, por muitos, considerado o criador da sonoridade própria da guitarra de Coimbra, distinguindo-a, assim, da guitarra de Lisboa. Era filho de outro grande guitarrista, Gonçalo Paredes e pai de Carlos Paredes.

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A última paragem deste roteiro estava marcada para a Torre de Anto, mas a sessão decorreu à porta do edifício, onde um carro estacionado tapava parte das vistas de quem queria viver o momento.

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Depois de ter sido parte integrante da cerca medieval da Cidade, a Torre de Anto, ou Torre do Prior do Ameal, foi transformada em unidade habitacional na primeira metade do Séc. XVI. Celebrizou-se por ter sido a residência do poeta António Nobre, quando estudante, nos finais do Séc. XIX e nessa qualidade foi descrita na Balada da Torre d’Anto, com letra de Leonel Neves e música de João Bagão, cantada por Luís Goes.

Manuel Rebanda leu  poemas de António Nobre e José Daniel Vilhena terminou em beleza cantando Coimbra.

Torre de Anto

A Torre de Anto alberga atualmente o Núcleo da Guitarra e do Fado de Coimbra e pretende contribuir para o conhecimento e divulgação duma expressão artística que projetou a Cidade para o mundo.

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