A Iniciativa Liberal (IL) acusou hoje o Governo de não ter informação sobre o universo de funcionários públicos em Portugal e exigiu urgência nesse levantamento para que não se façam políticas públicas “em cima da estratosfera”.
Na Póvoa de Varzim, no distrito do Porto, antes de iniciar uma caminhada com núcleos da região, a líder da Iniciativa Liberal, Mariana Leitão, partilhou com os jornalistas uma resposta do Governo a um requerimento enviado em julho com o título “Microdados anonimizados sobre posição, organismo e remunerações de trabalhadores da administração pública”.
Nessa pergunta ao executivo de Luís Montenegro, a IL pedia respostas sobre número de funcionários públicos, funções e locais onde estão alocados.
PUBLICIDADE
Na resposta datada de quinta-feira [04 de setembro] lê-se: “Na presente data, ainda não é exequível assegurar a devida resposta, pela dispersão de sistemas de Recurso Humanos existentes na Administração Pública”.
Para Mariana Leitão esta é uma resposta “preocupante” porque revela, disse hoje a líder da IL, que “o Governo não faz ideia, à semelhança de outras áreas, dos funcionários públicos que tem, onde é que os tem alocados, que funções é que desempenham”.
“Tal como não sabe isto, o Estado não sabe quantos imóveis é que tem. O Estado não sabe quantos alunos não têm professor. Há certamente aqui um enorme problema que tem de ser resolvido e que implica necessariamente, como temos dito reiteradas vezes, que uma profunda reforma da administração pública”, referiu.
Questionada sobre que passos dará agora a IL sobre esta matéria, Mariana Leitão defendeu que “o Governo consiga dar essas respostas” e vai “insistir nesse sentido”.
“É urgente porque só assim é que se conseguirá ter a informação suficiente para se tomarem decisões políticas. Porque sem essa informação, sem os dados concretos, sem nós sabermos a realidade do país, as políticas públicas que se estão a desenvolver podem simplesmente estar completamente erradas face à realidade. Como nós não conhecemos a realidade, andamos a trabalhar em cima da estratosfera e nós precisamos trabalhar sobre coisas concretas”, concluiu.
Na resposta do Governo partilhada pela IL lê-se ainda: “Estamos, todavia, a trabalhar em duas vias para conseguirmos agregar informação relativa aos Recursos Humanos na Administração Pública. Por um lado, pelo desenvolvimento evolutivo do Sistema de Informação da Organização do Estado (SIOE) e por outro, através da intenção de implementação de uma plataforma única de Gestão de Recursos Humanos para a Administração Pública, conforme consta do Programa do XXV Governo”.
PUBLICIDADE