Saúde

Higiene das mãos em hospitais mantém-se alta mas abaixo dos níveis da pandemia

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 horas atrás em 05-05-2025

 A adesão dos profissionais à higiene das mãos nas unidades de saúde foi de 80,3% em 2024, abaixo do registado na pandemia, mas acima dos níveis pré-covid e semelhante aos dados de 2023, revela hoje a DGS.

Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), “a taxa de cumprimento de adesão dos profissionais de saúde à higiene das mãos (HM) nas unidades de saúde (US) foi de 80,3% em 2024, percentagem sobreponível a 2023, e que tem vindo a crescer nos últimos dez anos (em 2015 era de 73,1%)”.

Os dados são revelados no Dia Mundial da Higiene das Mãos pelo Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência a Antimicrobianos (PPCIRA) da DGS.

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A autoridade de saúde refere que, “ainda que com a pandemia de covid-19 se tenha observado um aumento do cumprimento da higiene das mãos (82,6%), os valores registados em 2024 mantêm-se acima dos atingidos em 2019 (75,7%)”.

De acordo com os dados, tem vindo a aumentar desde 2009 o número de unidades de saúde aderentes (maioritariamente hospitais) à monitorização da higiene das mãos, que totalizavam 98 nesse ano.

Em 2024, eram 166 as unidades de saúde aderentes a esta prática, abrangendo Unidades de Cuidados Continuados Integrados, Cuidados de Saúde Primários e Cuidados de Saúde Hospitalares.

No que diz respeito à avaliação do cumprimento da higiene das mãos nos cinco momentos considerados obrigatórios para esta prática, no primeiro momento – antes do contacto com o doente – foi de 73,7%, em linha com o verificado em 2023.

A DGS insiste na importância do cumprimento da higiene das mãos em todos os cinco momentos: antes do contacto com o doente, antes de procedimentos limpos ou asséticos, após risco de exposição a fluidos biológicos, após contacto com o doente e após contacto com o ambiente do doente.

Os dados apontam também que se “mantém a perceção, pelos profissionais de saúde, que nas situações de uso de luvas na prestação de cuidados não é necessária a higiene (antes e depois da sua colocação), sendo este um procedimento incorreto potenciador da transmissão de microrganismos, o que representa uma necessidade de reforço de formação para todos os envolvidos”.

Relativamente à Adequação das Estruturas e Processos nos dez componentes das Precauções Básicas do Controlo da Infeção, entre 2019 e 2024, a DGS afirma que “não se tem verificado grande variação, registando-se uma melhoria na percentagem de adequação das estruturas e processos nas precauções básicas de controlo de infeção entre 2019 e 2020, com o início da pandemia covid-19”.

“A higiene das mãos continua a ser a medida mais simples e eficaz para prevenir infeções associadas aos cuidados de saúde e reduzir a propagação de microrganismos resistentes”, salienta a DGS.

Em 2025, a DGS juntou-se à Organização Mundial de Saúde (OMS) na comemoração desta data, realçando a importância de não confundir o uso de luvas com a eliminação da necessidade de lavar as mãos, sob o lema “Luvas às vezes. Higiene das Mãos sempre”.

A OMS alerta que as luvas podem ficar contaminadas tal como as mãos e são frequentemente utilizadas de forma incorreta, por exemplo, quando são usadas indefinidamente enquanto os profissionais de saúde alternam entre doentes ou quando realizam vários procedimentos para o mesmo doente.

A sua utilização excessiva também contribui para a degradação ambiental, refere, elucidando que “um hospital universitário médio num país desenvolvido gera 1.634 toneladas de resíduos de cuidados de saúde por ano, o que equivale a mais de 360 elefantes africanos”.

A OMS insta os decisores políticos e a comunidade de saúde a tomar medidas, como estabelecer o cumprimento da higiene das mãos como um indicador de desempenho dos sistemas de saúde até 2026, reduzir a utilização desnecessária de luvas para minimizar os resíduos e fornecer os recursos necessários para permitir que a HM seja praticada no local de prestação de cuidados.

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