Moradora de S. Frutuoso pediu explicações ao executivo municipal.
Maria Luísa Antunes esteve segunda-feira, 22 de setembro, na reunião do executivo municipal que decorreu numa das salas do Edifício Leonardo da Vinci do Coimbra iParque.
Na intervenção, esta moradora do lugar de S. Frutuoso recordou que nas traseiras da sua habitação, onde existe um tanque de nascente e uma zona de retenção de águas pluviais, é recorrente serem feitas descargas de uma fossa séptica.
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Tudo porque, de acordo com esta moradora, uma parte do lugar onde mora não tem saneamento, levando a que existam fossas sépticas e/ou tanques de retenção.
“E o que é que fazem quando os tanques enchem? Aproveitam dias de chuva, dias de trovoada e vão por ali abaixo e caem nos tanques e a Luísa é obrigada a andar de luvas, de botas, de calçado, de vestuário, de touca na cabeça e de tudo o que é necessário para fazer a limpeza daqueles tanques, náuseabundos, mal cheirosos, para conseguir diminuir a quantidade de insetos que proliferam ali na zona da minha casa”, referiu na sessão.
A queixa já foi entregue na Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Águas de Coimbra, Serviço da Proteção da Natureza e do Ambiente da GNR e delegação de Saúde. “Todos atestam que as minhas queixas são legítimas, são fundadas e comprovadas por aquilo que foi visualizado no local. Contudo, todas as entidades dizem que não é do seu foro e portanto passam a questão para outras”, afirmou.
No caso da autarquia, Maria Luísa Antunes fez chegar uma queixa ao gabinete da vereadora Ana Bastos que teve oportunidade de confirmar o problema no local, acabando por remeter a questão para a empresa municipal Águas de Coimbra.
As primeiras queixas foram feitas em 2018 e, desde então, tem causado um enorme desgaste psicológico aos moradores daquela habitação, bem como despesas não previstas já que necessita de usar água da torneira e produtos químicos para limpar os tanques onde ficam os restos da fossa séptica.
“Quando construímos aquela casa, a Câmara de Coimbra definiu regras e foram todas cumpridas. Existe uma fossa com uma capacidade imensa e, a cada seis meses, pedimos a limpeza indo lá o camião da Águas de Coimbra e limpa da minha fossa, ou seja, eu cumpro com tudo o que tenho de cumprir e vejo-me obrigada a conviver com uma situação que é inenarrável só visto no local”, referiu.
A descarga, segundo desconfia esta moradora, tem origem numa habitação existente a uma cota superior. No seu entender, “é a única casa em que, sempre que há denúncias, coloca um cadeado no portão, e portanto, todos nós sabemos que com o cadeado no portão as entidades não podem entrar numa propriedade privada”.
“Todos os outros moradores, quando é solicitada fiscalização, não têm nada a esconder e permitem a presença dos inspetores”, disse na reunião do executivo.
Para além das descargas de fossas sépticas, Maria Luísa Antunes pediu ao executivo para que não sejam tapados agueiros existentes no local e que serviam para dispersar as águas das chuvas ao longo dos diversos canais existentes na zona.
“É assustador o caudal de água que passa naquele agueiro, ele não está preparado para tanta água”, frisou, evitando dessa forma o que aconteceu em 2018 onde, devido à enorme quantidade de água, o quintal da habitação no piso superior veio parar todo à sua porta.
O executivo ouviu todas estas queixas e, segundo informações obtidas pelo presidente José Manuel Silva junto da empresa Águas de Coimbra, está a ser efetuado o projeto que permitirá todas estas habitações terem acesso à rede de saneamento.
“Nós estamos determinados em resolver esse problema porque ninguém deve viver numa circunstância dessas em que muitas casas foram construídas em locais de discutível localização, sobretudo por problemas ligados com o saneamento”, disse, reforçando o facto destas obras irem ter um custo aproximado de 450 mil euros.
Até que o projeto esteja no terreno, o presidente da câmara afirmou que irá solicitar uma vistoria por parte da empresa municipal Águas de Coimbra para perceber de que forma é que é feita essa descarga para as traseiras daquela habitação.
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