Na Bairrada, entre vinhas antigas e saberes passados de geração em geração, a Adega Malápio afirma-se como um projeto familiar e artesanal que recupera uma das mais antigas formas de fazer vinho: a vinificação em talhas de barro centenárias.
Situada em Aguada de Baixo, no concelho de Águeda, a adega é hoje um espaço onde tradição, natureza e tempo caminham lado a lado.
À frente do projeto está Romeu Martins, vitivinicultor artesanal e verdadeiro guardião da memória familiar. A sua inspiração nasce do avô Aristides e do vinho de talha que este produzia, uma prática ancestral que Romeu decidiu resgatar e reinventar. As talhas originais, cuidadosamente restauradas e revestidas apenas com cera de abelha e resina de pinheiro, voltaram a ganhar vida, tornando-se o coração da Adega Malápio.
A filosofia é clara: mínima intervenção, máximo respeito pela uva e pelo território. As vinhas, algumas de origem medieval e de alta densidade, são trabalhadas sem recurso a herbicidas e dão origem a vinhos de curtimenta autênticos, feitos a partir de castas tradicionais da Bairrada como Bical, Baga, Cercial, Bastardo, Rabo de Ovelha, Touriga Nacional, Tinta Roriz, Maria Gomes, Trincadeira ou Bicalinho.
O Vinho de Talha é a verdadeira assinatura da Malápio. Fermentado e estagiado em ânforas de barro, em contacto com as massas e películas, o vinho ganha estrutura, cor e complexidade, evocando práticas que remontam aos tempos romanos e medievais — um verdadeiro “vinho romano” reinterpretado para os dias de hoje.
Mais do que produzir vinho, a Adega Malápio preserva uma herança cultural e oferece uma experiência sensorial que reflete o terroir da Bairrada de forma pura e honesta. Vinhos naturais, com uso reduzido de sulfitos, que falam de tempo, de lugar e de pessoas, pensados para quem procura autenticidade em cada copo.
Na Adega Malápio, cada talha guarda uma história — e cada vinho é um convite a abrandar e a saborear o passado com olhos no futuro.
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