Justiça

Há um pormenor que intriga os investigadores no caso da morte de São Figueiredo

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 2 dias atrás em 11-06-2025

Imagem: Facebook

Jair Pereira, de 54 anos, confessou em tribunal ter sido o autor da morte de Conceição Figueiredo, de 69 anos, mas apresentou uma versão em que agiu em legítima defesa.

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O primeiro interrogatório judicial teve lugar esta segunda-feira, 9 de junho, no Tribunal de Instrução Criminal de Aveiro, onde o arguido afirmou que foi a vítima quem o atacou com uma faca, obrigando-o a reagir.

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Segundo a versão do homem, o crime ocorreu a 18 de maio, depois de uma discussão. Jair afirmou à magistrada que Conceição, com quem teve uma relação amorosa no verão passado, terá tentado esfaqueá-lo. No entanto, a juíza não se deixou convencer e ordenou a sua prisão preventiva. O suspeito vai aguardar julgamento no Estabelecimento Prisional de Aveiro.

Durante o interrogatório, que se prolongou por cerca de duas horas, Jair alegou que apenas desferiu os golpes quando tentava desarmar Conceição. Contudo, o relatório da autópsia e o estado em que foi encontrado o corpo, em avançado estado de decomposição, revelaram que a vítima foi atingida com, pelo menos, dez facadas na zona abdominal. As marcas nas roupas que trazia vestidas no momento do crime reforçam esta conclusão, indica o Correio da Manhã.

O corpo de São foi encontrado a 1 de junho, numa área de mato em Mortágua. Estava descalça e os sapatos foram encontrados a vários metros de distância, um pormenor que intriga os investigadores.

Durante os 20 dias em que esteve em fuga, Jair manteve um registo minucioso num diário onde relatou os seus movimentos, refeições e locais por onde passou. Com ele levava o que as autoridades descreveram como um “kit de sobrevivência”: roupa lavada e passada a ferro, pão e chouriço.

A carrinha onde se deslocava também revelou indícios relevantes. A Polícia Judiciária encontrou vestígios de sangue, óculos de sol e uma garrafa de água idêntica às comercializadas na discoteca da Palhaça, em Oliveira do Bairro — local onde o alegado homicida e vítima estiveram no dia do homicídio.

Sem constituir advogado, foi defendido por um defensor oficioso nomeado pelo Estado. Este aconselhou-o a prestar declarações, mas a estratégia não evitou que acabasse detido preventivamente.

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