No primeiro semestre do ano, foram dirigidas às entidades de saúde públicas perto de 800 reclamações. Demora no atendimento, tratamento clínico indevido são os principais motivos de queixa dos utentes. O maior volume de ocorrências corresponde a casos nas Urgências. O Hospital Beatriz Ângelo, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e o Hospital de Santa Maria são as unidades do SNS mais reclamadas, aferiu uma análise do Portal da Queixa.
O mês de junho faz coincidir calendários muito relevantes no setor da Saúde. Esperam-se novas Unidades Locais de Saúde (ULS), o fim do calendário negocial com os sindicatos médicos e o concurso para diretor-geral de Saúde. E como estará a satisfação dos utentes perante os serviços públicos de saúde? Um estudo do Portal da Queixa revela que as reclamações dirigidas aos prestadores de cuidados de saúde do sistema público continuam a aumentar.
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Até ao dia 11 de junho de 2023, foram registadas no Portal da Queixa 798 reclamações relacionadas com as entidades públicas do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Segundo indica a análise do Portal da Queixa, entre os principais motivos de reclamação dos utentes dirigidos às entidades de saúde do sistema público estão: a demora no atendimento, a gerar 29,3% das queixas, com casos de utentes a reclamarem da demora para realização do atendimento, agendamento de consultas e exames. O tratamento clínico indevido é o segundo caso mais reportado a absorver 22% das reclamações, com denúncias dirigidas a médicos e enfermeiros que referem tratamento indevido, negligência, descaso, etc. A motivar 20,8% das queixas está o atendimento na receção/administração, referentes a casos sucedidos desde a triagem até ao atendimento realizado por enfermeiros e médicos
Entre as entidades de saúde do SNS mais reclamadas, 321 queixas são dirigidas aos vários prestadores do sistema público (Unidades Locais de Saúde, Centros de Saúde, Maternidades).
A nível hospitalar, lidera o ranking o Hospital Beatriz Ângelo (47), segue-se o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (33), o Hospital de Santa Maria (26), Hospital de Faro (21), o Hospital de Braga (20), o Hospital Vila Franca de Xira (19), o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia – Espinho (17), o Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca (16) e Hospital do Espírito Santo Évora (14). Relativamente às emergências médicas, no primeiro semestre do ano, o INEM registou 14 queixas.
Segundo apurou a análise, 30% das reclamações foram geradas por ocorrências nas Urgências; segue-se a especialidade de Pediatria a recolher 10% das queixas e a Obstetrícia com 7%.
Situações referentes a realização de Exames, acolheram 22% das reclamações apresentadas pelos utentes no Portal da Queixa, durante o primeiro semestre.
Ângelo Carvalho é um dos utentes que registou, em maio, uma reclamação contra o Hospital Pedro Hispano, no distrito do Porto: Venho por este meio reclamar o facto da utente NR processo 770875 estar desde setembro a receber continuamente mensagens a cancelar consulta de hematologia.
A utente fez análises a pedido do centro de saúde e está pior, referindo o médico do centro de saúde que só o médico de hematologia é que faz a prescrição da medicação.”
De referir que, o SNS regista baixos indicadores de performance no Portal da Queixa face à resolução dos problemas reportados. Na avaliação dos consumidores, o Índice de Satisfação do organismo está pontuado em 10 (em 100), tem uma Taxa de Resposta de 8% e uma Taxa de Solução de 8,4%.
Recorde-se que, no ano de 2022, o Portal da Queixa recebeu mais de 5.000 reclamações dirigidas ao setor da Saúde, com o Serviço Nacional de Saúde (SNS) a liderar com 2.044 queixas registadas (51,25%).
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