Uma onda de receio está a levar milhares de turistas a adiar ou cancelar as suas viagens ao Japão, na sequência de uma previsão sobre um possível desastre natural de grande dimensão previsto para julho de 2025.
A origem da ansiedade encontra-se numa banda desenhada japonesa atualizada em 2021, intitulada Watashi ga Mita Mirai (“O futuro que vi”), da autoria de Ryo Tatsuki, conhecida por ter antecipado anteriormente o terramoto e tsunami de Tohoku, em 2011. Nesta obra, a cidade de Tóquio é descrita como sendo vítima de uma catástrofe natural desencadeada por uma rutura submarina entre o Japão e as Filipinas, que provocaria tsunamis até três vezes maiores do que os registados em 2011. A narrativa refere ainda “águas oceânicas a ferver”, o que alguns interpretam como uma possível erupção vulcânica submarina. A área afetada abarca também países vizinhos como Indonésia, Taiwan e as Ilhas Marianas do Norte.
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O impacto desta previsão tem-se feito sentir no setor do turismo. Segundo CN Yuen, diretor da agência de viagens WWPKG, com sede em Hong Kong, as reservas para o Japão sofreram uma queda de 50% durante o período da Páscoa, refletindo o receio crescente dos viajantes.
O clima de inquietação foi ainda alimentado por alertas emitidos em abril pela embaixada chinesa em Tóquio, que recomendou aos seus cidadãos máxima atenção face ao aumento recente da atividade sísmica e vulcânica. Apesar de as autoridades japonesas terem procurado tranquilizar a população e minimizar os riscos, a profecia ganhou uma enorme repercussão nas redes sociais, onde viralizou sob a hashtag #July2025Prediction, pode ler-se no Correio da Manhã.
Além disso, médiuns do Japão e Hong Kong também têm divulgado previsões similares para julho de 2025, contribuindo para o aumento do pânico.
A mestre de feng shui Qi Xian Yu, conhecida como Mestre Sete, prevê que o próximo ano, que coincide com o Ano da Serpente, trará uma maior incidência de desastres naturais, incluindo terremotos e incêndios, além de acidentes de trânsito e aviação. A especialista aconselha também cautela a quem pretenda viajar para países localizados a nordeste, nomeadamente Japão e Coreia do Sul.
Este cenário complexo, entre previsões, alertas oficiais e receios da população, mantém o Japão sob um intenso foco de atenção, levantando questões sobre o impacto económico e social que um eventual desastre poderia causar.
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